A AGENDA DA CONFECOM
12 de dezembro de 2009
Nivaldo Cordeiro
Finalmente está chegando o dia da abertura dos trabalhos da CONFECOM. Eu tenho lido a grande quantidade de material que está sendo produzido enquanto “propostas” a serem levadas para a Conferência. O material é caudaloso e até mesmo os empresários do setor entraram no clima bolchevique e também estão levando suas “propostas”. Um grande paradoxo. Executivos habituados a decisões estritamente técnicas e racionais, avaliadas por critérios econômicos rigoros, estão brincando agora de basismo bolchevique, sem qualquer protesto e se portando como se isso fosse aplena normalidade.
A CONFECOM é precisamente isso: o alegre mergulhar na Segunda Realidade revolucionária, onde o democratismo bolchevique desempenha o papel de portal, via pela qual nela se é admitido. Há que aqui rememorar a célebre frase de Hermann Hess: “Só para loucos”. Sim, é o quixotismo vivenciado em sua plenitude. Os revolucionários enlouquecidos estão enlouquecendo até o mais frio dos homens de negócios. Está acontecendo uma reprodução literal do que houve nos tempos da Alemanha de Hitler. Para o Brasil, 2009 será como foi 1933 para aquele infausto país.
Abaixo trago para você, meu caro leitor, a agenda do evento. Veja que a dinâmica é a mesmíssima utilizada nos encontros do PT, que por sua vez adota sempre a técnica bolchevique. Em que consiste esta técnica? Em fazer mobilização de massa controlada pelos dirigentes partidários, de sorte que aquilo que se discute, e sobretudo aquilo que se aprova, está previamente decidido pelo Comitê Central. A paródia de democracia direta bolchevique é um engodo que esconde o poder ditatorial dos dirigentes partidário. O processo tem por objetivo criar a falsificação da legitimidade aparente e fortalecer o poder totalitário das correntes dominantes dentro do Partido.
Os empresários que estão compondo o circo não têm a menor chance de ter qualquer de suas “propostas” levadas em conta, descontando aquelas que já sejam concessões ao coletivismo. A Conferência foi chamada precisamente para destruir o setor empresarial e colocar na mão da burocracia partidária o controle central da indústria de comunicação. A CONFECOM é o início de um processo que colocará nas mãos do Estado e do Partido o poder total no setor. Estamos próximos de uma tirania e ela será materializada precisamente pela supressão da liberdade de informação e de produção de notícias.
Olhando a agenda vemos que 1539 delegados, mais 350 convidados, não discutirão a montanhas de “propostas” no breve interregno do evento. Aquelas que prevalecerão já estão previamente escolhidas e os delegados previamente orientados para aprová-las. Não haverá surpresas. O setor empresarial foi chamado para celebrar o banquete da sua própria imolação.
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