Se beber não dirija. Nem governe!
Joelmir Betting
"Até aqui, em pouco mais de 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102 viagens ao mundo. Ou mais de duas por mês, tal como semana sim, semana não. Sem contar, ora pois, as até aqui, 286 viagens pelo Brasil. Hoje, dia 06 de junho de 2.006, ele completa 397 dias fora do país desde a posse. E pelo Brasil, no
mesmo período, 617 dias fora de Brasília.
Total da itinerância presidencial, caso único no mundo e
na História: exatos 1.014 dias fora do Palácio, em exatos 1.230
dias de presidência.
Eqüivale a 82,5% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no Palácio do Planalto. Governar ou
despachar, nem pensar.
A ordem é circular. A qualquer pretexto.
E sendo aqui deselegante, digo que o presidente não é (nem nunca foi) chegado ao batente, ao despacho, ao expediente.
Jamais poderá mourejar no gabinete, dez horas por dia, um simpático mandatário que tem na biografia o nunca ter se sentado à mesa nem para estudar, que dirá para trabalhar."
terça-feira, 29 de julho de 2008
Um petista encrencado - ainda bem!
Um petista encrencado
Alvo da irritação de Lula, o ex-deputado Greenhalgh pode se tornar foco de uma nova investigação da PF no caso Daniel Dantas
David Friedlander e Ricardo Amaral
Revista Época - 29/07/08
Entre as conversas telefônicas captadas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, há um flagrante incontestável de tráfico de influência. Ele envolve o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e um vendedor ambulante de churrasco na rua. “Onde eu moro, há muitos anos tem um rapaz que vende esses churrasquinhos de gato na esquina”, disse Greenhalgh a um homem identificado pela polícia como funcionário da Prefeitura de São Paulo. “Estão tirando as coisas dele... Se você pudesse agir para suspender essa operação. Os caras estão aloprados.” Os aloprados eram fiscais da Prefeitura, numa blitz para apreender mercadoria em situação irregular. O telefonema terminou com a promessa de que o protegido de Greenhalgh receberia suas “coisas” de volta.
A tentativa de aliviar a situação do churrasqueiro ambulante, flagrada no dia 6 de junho, um mês antes da Operação Satiagraha, pode ser apenas um lance folclórico perto do papel que a PF atribui a Greenhalgh no mundo dos negócios envolvendo o governo e empresas de telefonia. Na semana passada, o delegado Protógenes Queiroz despediu-se do caso com a entrega de um relatório de 152 páginas. Nele, Protógenes indicia 13 pessoas – entre elas o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã Verônica – e recomenda uma investigação à parte sobre Greenhalgh. No relatório, Greenhalgh é chamado de “integrante do escalão especial” do grupo supostamente comandado por Dantas. Contratado pelo banqueiro por cerca de R$ 650 mil, Greenhalgh é acusado pela PF e pelo Ministério Público Federal de fazer lobby dentro do governo, no PT e na Anatel, com o objetivo de tornar viável a venda da Brasil Telecom para o grupo Oi-Telemar, um negócio que o governo deseja ver concretizado.
A divulgação do envolvimento de Greenhalgh com Dantas – tido como adversário do governo e do PT – irritou o Palácio do Planalto. Petista histórico e com vínculos igualmente históricos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Greenhalgh foi apanhado por um grampo da PF quando pedia a Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência, informações sobre a investigação sigilosa em torno do Opportunity de Dantas. A amigos que pediram explicações, Greenhalgh disse que aceitara a conta do Opportunity depois de consultar Lula e receber seu aval, como antecipou ÉPOCA em suas duas últimas edições. O presidente Lula tem reclamado da versão divulgada por Greenhalgh. “Ele não tinha nada que sair por aí dizendo que agiu com autorização do governo. O governo não autorizou nada”, disse Lula numa conversa com ministros.
Na semana passada, Greenhalgh divulgou uma nota em que confirma ter trabalhado na venda da Brasil Telecom para a Oi-Telemar. Ele afirma ter atuado como advogado, não como lobista. Assessores ligados a ele disseram a ÉPOCA que, na negociação, Greenhalgh ajudou a resolver as disputas judiciais entre Dantas e seus sócios na Brasil Telecom, principalmente o Citigroup e os fundos de pensão de empresas estatais. O acerto era necessário para que Dantas vendesse sua participação na Brasil Telecom, o primeiro passo para que a fusão com a Oi-Telemar deslanchasse.
Em pelo menos duas conversas com aliados, o presidente Lula procurou marcar distância entre o governo e Daniel Dantas. Lula pontuou as duas conversas com críticas pesadas ao banqueiro, a quem chamou de “mau caráter”, “cretino” e “escroque”. Numa das conversas, afirmou ter proibido o consultor Antoninho Marmo Trevisan de intermediar um negócio entre a Gamecorp de seu filho Fábio, o Lulinha, e a Brasil Telecom, então comandada por Dantas. “Quando o Toninho Trevisan me disse que a empresa era do Daniel Dantas, proibi. Falei que fizesse o negócio com qualquer um, nem que fosse pela metade do valor, mas com esse sujeito, não”, disse Lula. Lulinha parece ter seguido o conselho do pai. Sua empresa se associou ao grupo Oi-Telemar, o mesmo que está sendo apoiado pelo governo para comprar a Brasil Telecom.
Alvo da irritação de Lula, o ex-deputado Greenhalgh pode se tornar foco de uma nova investigação da PF no caso Daniel Dantas
David Friedlander e Ricardo Amaral
Revista Época - 29/07/08
Entre as conversas telefônicas captadas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, há um flagrante incontestável de tráfico de influência. Ele envolve o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e um vendedor ambulante de churrasco na rua. “Onde eu moro, há muitos anos tem um rapaz que vende esses churrasquinhos de gato na esquina”, disse Greenhalgh a um homem identificado pela polícia como funcionário da Prefeitura de São Paulo. “Estão tirando as coisas dele... Se você pudesse agir para suspender essa operação. Os caras estão aloprados.” Os aloprados eram fiscais da Prefeitura, numa blitz para apreender mercadoria em situação irregular. O telefonema terminou com a promessa de que o protegido de Greenhalgh receberia suas “coisas” de volta.
A tentativa de aliviar a situação do churrasqueiro ambulante, flagrada no dia 6 de junho, um mês antes da Operação Satiagraha, pode ser apenas um lance folclórico perto do papel que a PF atribui a Greenhalgh no mundo dos negócios envolvendo o governo e empresas de telefonia. Na semana passada, o delegado Protógenes Queiroz despediu-se do caso com a entrega de um relatório de 152 páginas. Nele, Protógenes indicia 13 pessoas – entre elas o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã Verônica – e recomenda uma investigação à parte sobre Greenhalgh. No relatório, Greenhalgh é chamado de “integrante do escalão especial” do grupo supostamente comandado por Dantas. Contratado pelo banqueiro por cerca de R$ 650 mil, Greenhalgh é acusado pela PF e pelo Ministério Público Federal de fazer lobby dentro do governo, no PT e na Anatel, com o objetivo de tornar viável a venda da Brasil Telecom para o grupo Oi-Telemar, um negócio que o governo deseja ver concretizado.
A divulgação do envolvimento de Greenhalgh com Dantas – tido como adversário do governo e do PT – irritou o Palácio do Planalto. Petista histórico e com vínculos igualmente históricos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Greenhalgh foi apanhado por um grampo da PF quando pedia a Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência, informações sobre a investigação sigilosa em torno do Opportunity de Dantas. A amigos que pediram explicações, Greenhalgh disse que aceitara a conta do Opportunity depois de consultar Lula e receber seu aval, como antecipou ÉPOCA em suas duas últimas edições. O presidente Lula tem reclamado da versão divulgada por Greenhalgh. “Ele não tinha nada que sair por aí dizendo que agiu com autorização do governo. O governo não autorizou nada”, disse Lula numa conversa com ministros.
Na semana passada, Greenhalgh divulgou uma nota em que confirma ter trabalhado na venda da Brasil Telecom para a Oi-Telemar. Ele afirma ter atuado como advogado, não como lobista. Assessores ligados a ele disseram a ÉPOCA que, na negociação, Greenhalgh ajudou a resolver as disputas judiciais entre Dantas e seus sócios na Brasil Telecom, principalmente o Citigroup e os fundos de pensão de empresas estatais. O acerto era necessário para que Dantas vendesse sua participação na Brasil Telecom, o primeiro passo para que a fusão com a Oi-Telemar deslanchasse.
Em pelo menos duas conversas com aliados, o presidente Lula procurou marcar distância entre o governo e Daniel Dantas. Lula pontuou as duas conversas com críticas pesadas ao banqueiro, a quem chamou de “mau caráter”, “cretino” e “escroque”. Numa das conversas, afirmou ter proibido o consultor Antoninho Marmo Trevisan de intermediar um negócio entre a Gamecorp de seu filho Fábio, o Lulinha, e a Brasil Telecom, então comandada por Dantas. “Quando o Toninho Trevisan me disse que a empresa era do Daniel Dantas, proibi. Falei que fizesse o negócio com qualquer um, nem que fosse pela metade do valor, mas com esse sujeito, não”, disse Lula. Lulinha parece ter seguido o conselho do pai. Sua empresa se associou ao grupo Oi-Telemar, o mesmo que está sendo apoiado pelo governo para comprar a Brasil Telecom.
Marcadores:
Greenhalgh PF Dantas corrupção roubalheira
A Universidade do MST
A Universidade do MST
O Estado de São Paulo - 29/07/08
Embora seja uma entidade que não tem existência legal - o Movimento dos Sem-Terra (MST) continua recebendo cada vez mais recursos do governo para a formação de assentados. Quando o presidente Lula tomou posse, em 2003, existiam 13 cursos universitários para assentados, todos na área pedagógica, e 922 alunos matriculados. Hoje são 3.649 estudantes em 49 cursos que vão da agronomia ao direito, passando por ciências sociais e geografia. Com 54 integrantes, a maioria vinculada ao MST, a primeira turma de engenheiros agrônomos, aprovada por um desses cursos, se forma esta semana.
Os cursos para assentados estão subordinados ao Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), vinculado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Esse programa foi criado em 1998 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de "ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados". Em seus primeiros anos de funcionamento, o Pronera foi dedicado a projetos de alfabetização, ensino fundamental e ensino profissionalizante. A partir de 2003 - no governo Lula - a prioridade foi para o ensino universitário.
Em 2003, o Pronera recebeu R$ 9 milhões. Em 2008, o programa tem um orçamento de R$ 54 milhões, dos quais mais da metade é destinada à educação superior. Além desses recursos, o governo repassa R$ 4 milhões para bolsas de pesquisa. Os cursos para assentados funcionam em condições especiais e suas vagas só podem ser ocupadas por estudantes indicados por comunidades rurais, desde que apresentem atestado do Incra comprovando seu vínculo com a reforma agrária.
Esses estudantes não enfrentam os vestibulares comuns. Não ingressam no ensino universitário por mérito, mas por indicação. E têm um calendário escolar diferenciado, que lhes permite conciliar atividades acadêmicas com atividades no campo.
A maioria também conta com alojamentos especiais e uma ajuda de custo mensal de R$ 300. Têm privilégios que os outros brasileiros, ricos ou pobres, não têm - simplesmente porque estão alistados no MST.
Cursos de formação técnica para assentados são, decerto, importantes para viabilizar a reforma agrária. Mas a transferência de verbas públicas para entidades sem personalidade jurídica, como o MST, gerirem programas educacionais de nível superior, exclusivos para seus integrantes, é uma aberração. O sistema de ingresso nos cursos, por exemplo, determina o baixo rendimento do ensino. Daí, conselhos profissionais resistem em conceder registro aos bacharéis egressos de cursos para assentados.
Na cidade gaúcha de Pelotas, a criação do primeiro curso de medicina veterinária para assentados da reforma agrária foi questionada judicialmente pelo Ministério Público Federal, sob a alegação de que viola o princípio da igualdade no acesso ao ensino público. "O assentado não constitui nenhuma categoria jurídica à parte que justifique a criação de cursos exclusivos. Trata-se de um privilégio", diz o procurador Max Palombo, cuja iniciativa foi apoiada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul.
Outra crítica diz respeito ao enviesamento ideológico desses cursos. Só professores afinados doutrinariamente com movimentos sociais são convidados para lecionar. Com isso, em vez de oferecer formação técnica de qualidade para assentados, esses cursos visam à doutrinação, formando os militantes políticos do MST.
Ao tentar refutar essa crítica, a pedagoga Maria Cristina Vargas, da coordenação nacional do MST, na prática a confirma. "Como todos os cursos da área rural são voltados para as necessidades dos grandes proprietários, nós queríamos algo mais focado nas necessidades da pequena propriedade."
Esquece-se que o agronegócio, principalmente no Sul do País, é baseado na pequena propriedade que obtém altos índices de produtividade porque conta com a assistência de técnicos formados nas escolas tradicionais.
O desvirtuamento do Pronera é flagrante e o dinheiro gasto com ele seria mais bem aplicado na expansão dos tradicionais programas de extensão rural, que realmente qualificam o trabalhador rural e que sempre deram bons resultados.
O Estado de São Paulo - 29/07/08
Embora seja uma entidade que não tem existência legal - o Movimento dos Sem-Terra (MST) continua recebendo cada vez mais recursos do governo para a formação de assentados. Quando o presidente Lula tomou posse, em 2003, existiam 13 cursos universitários para assentados, todos na área pedagógica, e 922 alunos matriculados. Hoje são 3.649 estudantes em 49 cursos que vão da agronomia ao direito, passando por ciências sociais e geografia. Com 54 integrantes, a maioria vinculada ao MST, a primeira turma de engenheiros agrônomos, aprovada por um desses cursos, se forma esta semana.
Os cursos para assentados estão subordinados ao Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), vinculado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Esse programa foi criado em 1998 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de "ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados". Em seus primeiros anos de funcionamento, o Pronera foi dedicado a projetos de alfabetização, ensino fundamental e ensino profissionalizante. A partir de 2003 - no governo Lula - a prioridade foi para o ensino universitário.
Em 2003, o Pronera recebeu R$ 9 milhões. Em 2008, o programa tem um orçamento de R$ 54 milhões, dos quais mais da metade é destinada à educação superior. Além desses recursos, o governo repassa R$ 4 milhões para bolsas de pesquisa. Os cursos para assentados funcionam em condições especiais e suas vagas só podem ser ocupadas por estudantes indicados por comunidades rurais, desde que apresentem atestado do Incra comprovando seu vínculo com a reforma agrária.
Esses estudantes não enfrentam os vestibulares comuns. Não ingressam no ensino universitário por mérito, mas por indicação. E têm um calendário escolar diferenciado, que lhes permite conciliar atividades acadêmicas com atividades no campo.
A maioria também conta com alojamentos especiais e uma ajuda de custo mensal de R$ 300. Têm privilégios que os outros brasileiros, ricos ou pobres, não têm - simplesmente porque estão alistados no MST.
Cursos de formação técnica para assentados são, decerto, importantes para viabilizar a reforma agrária. Mas a transferência de verbas públicas para entidades sem personalidade jurídica, como o MST, gerirem programas educacionais de nível superior, exclusivos para seus integrantes, é uma aberração. O sistema de ingresso nos cursos, por exemplo, determina o baixo rendimento do ensino. Daí, conselhos profissionais resistem em conceder registro aos bacharéis egressos de cursos para assentados.
Na cidade gaúcha de Pelotas, a criação do primeiro curso de medicina veterinária para assentados da reforma agrária foi questionada judicialmente pelo Ministério Público Federal, sob a alegação de que viola o princípio da igualdade no acesso ao ensino público. "O assentado não constitui nenhuma categoria jurídica à parte que justifique a criação de cursos exclusivos. Trata-se de um privilégio", diz o procurador Max Palombo, cuja iniciativa foi apoiada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul.
Outra crítica diz respeito ao enviesamento ideológico desses cursos. Só professores afinados doutrinariamente com movimentos sociais são convidados para lecionar. Com isso, em vez de oferecer formação técnica de qualidade para assentados, esses cursos visam à doutrinação, formando os militantes políticos do MST.
Ao tentar refutar essa crítica, a pedagoga Maria Cristina Vargas, da coordenação nacional do MST, na prática a confirma. "Como todos os cursos da área rural são voltados para as necessidades dos grandes proprietários, nós queríamos algo mais focado nas necessidades da pequena propriedade."
Esquece-se que o agronegócio, principalmente no Sul do País, é baseado na pequena propriedade que obtém altos índices de produtividade porque conta com a assistência de técnicos formados nas escolas tradicionais.
O desvirtuamento do Pronera é flagrante e o dinheiro gasto com ele seria mais bem aplicado na expansão dos tradicionais programas de extensão rural, que realmente qualificam o trabalhador rural e que sempre deram bons resultados.
Desafio sem resposta
Desafio sem resposta
Gandolão - Jarbas Passarinho
Correio Braziliense - 29/07/2008
O delegado da Polícia Federal, querendo ou não, criou um problema mal resolvido que tem várias facetas obnubiladas. A Polícia Federal, ao que tudo indica, tem alas independentes que se hostilizam dentro do órgão. Em documento devidamente encaminhado à Procuradoria Geral da República, o delegado Protógenes denuncia obstrução da apuração. Noutro, informa que seus subordinados, que o acompanhavam na investigação do affair Daniel Dantas, foram seguidos e espionados.
É normal que o diretor-geral da Polícia Federal exigisse de Protógenes a informação dos nomes dos alvos da investigação, um dia antes da realização da operação, com a ameaça de retirar-lhe todos os meios e afastá-lo se não obedecido? Corro o risco de julgar errado se a pressão para saber os nomes dos que seriam presos espetacularmente no dia seguinte seria curiosidade profissional apenas, ou dever não observado pelo delegado? Seria por falta dessa natureza que levou o seu chefe a considerá-lo insubordinado?
Não conheço o dr. Teixeira e não posso fazer julgamento de suas intenções em cobrar do subordinado, em termos ásperos e embutidos em ameaça de interromper a operação. Não aprecio invadir o campo vasto da leviandade. Outra vertente nublada é o Ministério Público, que está empenhado em esclarecer a possível sabotagem ao trabalho do delegado Protógenes, sonegando-lhe meios, prontamente dados assim que ele deixou a chefia da operação. Também quer saber como se deu o suposto vazamento dos dados sigilosos da operação. E o autor.
O delegado Protógenes, por seu turno, não inventa metodologia de trabalho, quando chama a televisão para documentar as prisões, já que essa tem sido a forma pela qual vem procedendo a Polícia Federal. O presidente da República, que certamente tem muito melhores e abundantes informações, não gosta do que ele chama de pirotecnia, das operações casadas com os holofotes das televisões. Isso foi considerado uma das provas da indisciplina do delegado demitido. Demitido, escrevi eu?
Não foi o que informou a nota oficial dos superiores do delegado. Exaltado, disse o mesmo, ante as câmaras de TV, o presidente Lula. Entre irado e desafiador, afirmou que o delegado Protógenes deixou a função porque pediu para deixar. Desafiou-o a dizer o contrário, desafio que ficou sem resposta. Houve reunião inusitada, por várias horas, com o desafiado e seus superiores hierárquicos imediatos, do que resultou um resumo de três minutos como informação ao público. Pois o delegado, no dia seguinte, reafirmava ter sido dispensado da investigação.
Não chego a afirmar, como o fez um grande jornal, que o desafio do presidente foi uma farsa. Eu, chamar o presidente de farsante? Nunca praticaria tal ignomínia, mas se meus ouvidos ainda me permitem ser ouvido, como atesta meu último mapa audiométrico, digo que ouvi o presidente dizer, com ênfase de quem está tomado do que Bobbio chamava de santa indignação, que o delegado Protógenes deveria continuar na missão. Ora, indisciplinados, os superiores do delegado já o haviam substituído na Operação Satiagraha (Ah! Louvores à erudição da PF).
Protógenes, que vai ilustrar-se no curso que lhe falta para alcançar o mais alto posto na corporação, se ainda pretendia envolver Luiz Greenhalgh e o filósofo Mangabeira Unger, a sua substituição o terá frustrado. O advogado, referência da esquerda petista, começou a aumentar seus bens defendendo presos de motivação político-ideológica e polpudas indenizações a outros heróis. Dedica-se, agora, a missões mais tranqüilas e mais rendosas: aluga seu prestígio para manter contato com poderosos ocupantes de gabinetes do Executivo. Simples e afetuosas conversas podem ser-lhe bem mais úteis nos tempos de ouro atuais que nos de chumbo, perigosos, do passado recente.
O filósofo, apurou Protógenes, advogou para a Brasil Telecom, da rede Dantas, por módicos US$ 2 milhões e, agora, manteria patriótica ligação pessoal para desenvolver a Amazônia. Por meio do lobista que o declarou, indica projetos para Dantas. Mangabeira, genial estrategista do aqueduto Amazônia/Nordeste, com que acabará as secas imemoriais que infernizam os nordestinos, diz que o delegado não tem disso senão ilações. Quer provas do que o lobista de Dantas chama de “a turma do Mangabeira”.
Ilações são um perigo. Por elas César repudiou Pompéia, inocente. Ademais, as provas materiais são de difícil obtenção. Até a confissão do réu, o seu advogado manda que, diante do juiz, diga que a fez submetido a tortura. Não é à toa que juízes se sentem obrigados a absolver o criminoso por falta de provas. E eles podem, depois, vir a pertencer a um governo honrado.
Jarbas Passarinho foi governador, ministro de Estado e senador
Gandolão - Jarbas Passarinho
Correio Braziliense - 29/07/2008
O delegado da Polícia Federal, querendo ou não, criou um problema mal resolvido que tem várias facetas obnubiladas. A Polícia Federal, ao que tudo indica, tem alas independentes que se hostilizam dentro do órgão. Em documento devidamente encaminhado à Procuradoria Geral da República, o delegado Protógenes denuncia obstrução da apuração. Noutro, informa que seus subordinados, que o acompanhavam na investigação do affair Daniel Dantas, foram seguidos e espionados.
É normal que o diretor-geral da Polícia Federal exigisse de Protógenes a informação dos nomes dos alvos da investigação, um dia antes da realização da operação, com a ameaça de retirar-lhe todos os meios e afastá-lo se não obedecido? Corro o risco de julgar errado se a pressão para saber os nomes dos que seriam presos espetacularmente no dia seguinte seria curiosidade profissional apenas, ou dever não observado pelo delegado? Seria por falta dessa natureza que levou o seu chefe a considerá-lo insubordinado?
Não conheço o dr. Teixeira e não posso fazer julgamento de suas intenções em cobrar do subordinado, em termos ásperos e embutidos em ameaça de interromper a operação. Não aprecio invadir o campo vasto da leviandade. Outra vertente nublada é o Ministério Público, que está empenhado em esclarecer a possível sabotagem ao trabalho do delegado Protógenes, sonegando-lhe meios, prontamente dados assim que ele deixou a chefia da operação. Também quer saber como se deu o suposto vazamento dos dados sigilosos da operação. E o autor.
O delegado Protógenes, por seu turno, não inventa metodologia de trabalho, quando chama a televisão para documentar as prisões, já que essa tem sido a forma pela qual vem procedendo a Polícia Federal. O presidente da República, que certamente tem muito melhores e abundantes informações, não gosta do que ele chama de pirotecnia, das operações casadas com os holofotes das televisões. Isso foi considerado uma das provas da indisciplina do delegado demitido. Demitido, escrevi eu?
Não foi o que informou a nota oficial dos superiores do delegado. Exaltado, disse o mesmo, ante as câmaras de TV, o presidente Lula. Entre irado e desafiador, afirmou que o delegado Protógenes deixou a função porque pediu para deixar. Desafiou-o a dizer o contrário, desafio que ficou sem resposta. Houve reunião inusitada, por várias horas, com o desafiado e seus superiores hierárquicos imediatos, do que resultou um resumo de três minutos como informação ao público. Pois o delegado, no dia seguinte, reafirmava ter sido dispensado da investigação.
Não chego a afirmar, como o fez um grande jornal, que o desafio do presidente foi uma farsa. Eu, chamar o presidente de farsante? Nunca praticaria tal ignomínia, mas se meus ouvidos ainda me permitem ser ouvido, como atesta meu último mapa audiométrico, digo que ouvi o presidente dizer, com ênfase de quem está tomado do que Bobbio chamava de santa indignação, que o delegado Protógenes deveria continuar na missão. Ora, indisciplinados, os superiores do delegado já o haviam substituído na Operação Satiagraha (Ah! Louvores à erudição da PF).
Protógenes, que vai ilustrar-se no curso que lhe falta para alcançar o mais alto posto na corporação, se ainda pretendia envolver Luiz Greenhalgh e o filósofo Mangabeira Unger, a sua substituição o terá frustrado. O advogado, referência da esquerda petista, começou a aumentar seus bens defendendo presos de motivação político-ideológica e polpudas indenizações a outros heróis. Dedica-se, agora, a missões mais tranqüilas e mais rendosas: aluga seu prestígio para manter contato com poderosos ocupantes de gabinetes do Executivo. Simples e afetuosas conversas podem ser-lhe bem mais úteis nos tempos de ouro atuais que nos de chumbo, perigosos, do passado recente.
O filósofo, apurou Protógenes, advogou para a Brasil Telecom, da rede Dantas, por módicos US$ 2 milhões e, agora, manteria patriótica ligação pessoal para desenvolver a Amazônia. Por meio do lobista que o declarou, indica projetos para Dantas. Mangabeira, genial estrategista do aqueduto Amazônia/Nordeste, com que acabará as secas imemoriais que infernizam os nordestinos, diz que o delegado não tem disso senão ilações. Quer provas do que o lobista de Dantas chama de “a turma do Mangabeira”.
Ilações são um perigo. Por elas César repudiou Pompéia, inocente. Ademais, as provas materiais são de difícil obtenção. Até a confissão do réu, o seu advogado manda que, diante do juiz, diga que a fez submetido a tortura. Não é à toa que juízes se sentem obrigados a absolver o criminoso por falta de provas. E eles podem, depois, vir a pertencer a um governo honrado.
Jarbas Passarinho foi governador, ministro de Estado e senador
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Novo Plano brasileiro de Defesa
França e Rússia disputam parcerias em novo plano brasileiro de defesa
Daniel Rittner, De Brasília - 28/07/2008
Ministro Mangabeira Unger, sobre a ampliação de gastos: "Nada é mais
caro do que ter independência nacional" .
Às vésperas de o Brasil lançar um ambicioso plano de defesa, cujo
anúncio parcial está previsto para 7 de setembro, representantes da
França e da Rússia intensificam seus contatos com o governo brasileiro
para acertar os ponteiros de uma "parceria estratégica" no setor. O
novo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev,
estará hoje em Brasília para discutir temas como o desenvolvimento
conjunto de um veículo lançador de satélites (VLS) e a transferência
de tecnologia para a construção de caças supersônicos.
Na semana passada, foi o almirante francês Edouard Guillaud, principal
assessor para assuntos militares do presidente Nicolas Sarkozy, quem
percorreu gabinetes da capital para especificar os pontos de uma
associação com o Brasil.
"Estamos construindo parcerias que talvez não tenham precedentes",
afirmou ao Valor o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos,
Mangabeira Unger. Paralelamente, o ministro da Defesa, Nelson Jobim,
percorre até quarta-feira uma série de bases militares americanas.
Jobim viajou acompanhado dos comandantes da Marinha, Júlio Soares de
Moura Neto, e da Aeronáutica, Juniti Saito, além do embaixador dos
Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel.
Há poucas possibilidades de uma associação mais ampla, no entanto,
devido às resistências americanas em trocar conhecimentos e transferir
tecnologia de seus equipamentos para outros países - uma pré-condição
sempre ressaltada por Mangabeira e Jobim.
A preparação do Plano Estratégico de Defesa formula seis hipóteses
para o uso das Forças Armadas e define como reconstruí-las, segundo
Mangabeira. Para o Exército, deverá haver indicações de reformas
estruturais. Hoje, conforme explica o ministro extraordinário, somente
10% do contingente é composto por forças de ação estratégica rápida -
militares que podem chegar a qualquer lugar do país em poucas horas.
A idéia será dotar o Exército de maior mobilidade e flexibilidade. Em
resumo, fazer com que todo o contingente tenha capacidade de mover-se
rapidamente, sem núcleos especializados de elite. Pode haver
realocação de pelotões e brigadas, mas o essencial será a rapidez no
deslocamento. "O problema não é ter um patrulheiro em cada ponto do
país", observou Mangabeira, reconhecendo, sem especificar valores, que
a idéia a ser proposta exige um salto orçamentário para o Exército.
Para a Marinha, o programa de reaparelhamento terá como prioridade
inicial a "negação do mar", disse o ministro - essencial, segundo ele,
para garantir proteção, por exemplo, às plataformas de petróleo em
alto mar. Os maiores esforços estarão concentrados na conclusão do
submarino nuclear brasileiro, que levará mais sete ou oito anos. O
equipamento é considerado fundamental para aumentar o poder
dissuasório da Marinha. Também serão reformados os submarinos
convencionais. Para a parte não-nuclear dos submarinos, deve ser
fechada parceria com a França e criada uma empresa binacional.
Mangabeira disse que a FAB "deverá renovar sua frota de aeronaves de
2015 a 2025 e o Brasil não poderá ter um hiato de falta de proteção
aérea". No início das discussões, o governo debateu com a Aeronáutica
duas alternativas: comprar caças de quarta geração, tentando negociar
transferência de tecnologia, ou buscar o desenvolvimento de um avião
de quinta geração com alguma potência bélica. Evoluiu-se em seguida
para duas "soluções híbridas" e o plano a ser anunciado em 7 de
setembro provavelmente mencionará uma delas. Ambas envolvem o que se
chama no jargão aeronáutico de "quarta geração plus".
Ou seja, aviões de ponta - como o russo Sukhoi Su-35 Flanker, o sueco
Gripen NG, o francês Dassault Rafale, o europeu Eurofigther e o
americano F-18 Super Hornet. Há algumas semanas, a FAB deu o primeiro
passo e entregou correspondência aos países fornecedores em busca de
informações e cotações de preço para detonar o projeto F-X 2. Na
primeira hipótese, o Brasil se colocará como candidato a parceiro para
desenvolver em conjunto tecnologias que faltem no futuro avião
escolhido pelo plano brasileiro. Por exemplo, aumentar o raio de ação
do caça ou aperfeiçoar sua capacidade "stealth" (de confundir os
radares inimigos).
Na segunda hipótese, comprará um número "limitado" de aeronaves,
exigindo transferência de tecnologia, com a abertura do código-fonte,
disse Mangabeira. Isso permitiria à indústria nacional, segundo o
ministro, desenvolver seu próprio supersônico. Ele reconheceu que
"seria ficção" imaginar uma solução que não passe pela Embraer.
Mangabeira se disse "aflito" por acreditar ainda não ter tido sucesso
em "convencer a nação" do projeto de reestruturação das Forças
Armadas. Ele sublinhou que o projeto é muito maior que o
reaparelhamento. Nas conversas com os representantes estrangeiros, o
ministro tenta deixar claro que "o objetivo não é comprar brinquedos
caros, num supermercado de caças e de submarinos, mas nos colocarmos
em uma trajetória de desenvolvimento tecnológico".
Mangabeira acrescentou não querer que essas parcerias se transformem
em algo meramente militar. Há projetos com a França para uma
tecnologia similar ao GPS americano e com a Rússia para um mapeamento
de patentes que estão registradas mundo pelo afora. São planos de alto
custo, mas "nada é mais caro do que ter independência nacional",
arremata o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos.
Daniel Rittner, De Brasília - 28/07/2008
Ministro Mangabeira Unger, sobre a ampliação de gastos: "Nada é mais
caro do que ter independência nacional" .
Às vésperas de o Brasil lançar um ambicioso plano de defesa, cujo
anúncio parcial está previsto para 7 de setembro, representantes da
França e da Rússia intensificam seus contatos com o governo brasileiro
para acertar os ponteiros de uma "parceria estratégica" no setor. O
novo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev,
estará hoje em Brasília para discutir temas como o desenvolvimento
conjunto de um veículo lançador de satélites (VLS) e a transferência
de tecnologia para a construção de caças supersônicos.
Na semana passada, foi o almirante francês Edouard Guillaud, principal
assessor para assuntos militares do presidente Nicolas Sarkozy, quem
percorreu gabinetes da capital para especificar os pontos de uma
associação com o Brasil.
"Estamos construindo parcerias que talvez não tenham precedentes",
afirmou ao Valor o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos,
Mangabeira Unger. Paralelamente, o ministro da Defesa, Nelson Jobim,
percorre até quarta-feira uma série de bases militares americanas.
Jobim viajou acompanhado dos comandantes da Marinha, Júlio Soares de
Moura Neto, e da Aeronáutica, Juniti Saito, além do embaixador dos
Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel.
Há poucas possibilidades de uma associação mais ampla, no entanto,
devido às resistências americanas em trocar conhecimentos e transferir
tecnologia de seus equipamentos para outros países - uma pré-condição
sempre ressaltada por Mangabeira e Jobim.
A preparação do Plano Estratégico de Defesa formula seis hipóteses
para o uso das Forças Armadas e define como reconstruí-las, segundo
Mangabeira. Para o Exército, deverá haver indicações de reformas
estruturais. Hoje, conforme explica o ministro extraordinário, somente
10% do contingente é composto por forças de ação estratégica rápida -
militares que podem chegar a qualquer lugar do país em poucas horas.
A idéia será dotar o Exército de maior mobilidade e flexibilidade. Em
resumo, fazer com que todo o contingente tenha capacidade de mover-se
rapidamente, sem núcleos especializados de elite. Pode haver
realocação de pelotões e brigadas, mas o essencial será a rapidez no
deslocamento. "O problema não é ter um patrulheiro em cada ponto do
país", observou Mangabeira, reconhecendo, sem especificar valores, que
a idéia a ser proposta exige um salto orçamentário para o Exército.
Para a Marinha, o programa de reaparelhamento terá como prioridade
inicial a "negação do mar", disse o ministro - essencial, segundo ele,
para garantir proteção, por exemplo, às plataformas de petróleo em
alto mar. Os maiores esforços estarão concentrados na conclusão do
submarino nuclear brasileiro, que levará mais sete ou oito anos. O
equipamento é considerado fundamental para aumentar o poder
dissuasório da Marinha. Também serão reformados os submarinos
convencionais. Para a parte não-nuclear dos submarinos, deve ser
fechada parceria com a França e criada uma empresa binacional.
Mangabeira disse que a FAB "deverá renovar sua frota de aeronaves de
2015 a 2025 e o Brasil não poderá ter um hiato de falta de proteção
aérea". No início das discussões, o governo debateu com a Aeronáutica
duas alternativas: comprar caças de quarta geração, tentando negociar
transferência de tecnologia, ou buscar o desenvolvimento de um avião
de quinta geração com alguma potência bélica. Evoluiu-se em seguida
para duas "soluções híbridas" e o plano a ser anunciado em 7 de
setembro provavelmente mencionará uma delas. Ambas envolvem o que se
chama no jargão aeronáutico de "quarta geração plus".
Ou seja, aviões de ponta - como o russo Sukhoi Su-35 Flanker, o sueco
Gripen NG, o francês Dassault Rafale, o europeu Eurofigther e o
americano F-18 Super Hornet. Há algumas semanas, a FAB deu o primeiro
passo e entregou correspondência aos países fornecedores em busca de
informações e cotações de preço para detonar o projeto F-X 2. Na
primeira hipótese, o Brasil se colocará como candidato a parceiro para
desenvolver em conjunto tecnologias que faltem no futuro avião
escolhido pelo plano brasileiro. Por exemplo, aumentar o raio de ação
do caça ou aperfeiçoar sua capacidade "stealth" (de confundir os
radares inimigos).
Na segunda hipótese, comprará um número "limitado" de aeronaves,
exigindo transferência de tecnologia, com a abertura do código-fonte,
disse Mangabeira. Isso permitiria à indústria nacional, segundo o
ministro, desenvolver seu próprio supersônico. Ele reconheceu que
"seria ficção" imaginar uma solução que não passe pela Embraer.
Mangabeira se disse "aflito" por acreditar ainda não ter tido sucesso
em "convencer a nação" do projeto de reestruturação das Forças
Armadas. Ele sublinhou que o projeto é muito maior que o
reaparelhamento. Nas conversas com os representantes estrangeiros, o
ministro tenta deixar claro que "o objetivo não é comprar brinquedos
caros, num supermercado de caças e de submarinos, mas nos colocarmos
em uma trajetória de desenvolvimento tecnológico".
Mangabeira acrescentou não querer que essas parcerias se transformem
em algo meramente militar. Há projetos com a França para uma
tecnologia similar ao GPS americano e com a Rússia para um mapeamento
de patentes que estão registradas mundo pelo afora. São planos de alto
custo, mas "nada é mais caro do que ter independência nacional",
arremata o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos.
Marcadores:
Novo Plano brasileiro de Defesa
Novo Plano Brasileiro de Defesa
Gandolão antigão comenta:
O plano, pela notícia, é do Raul Seixas.
Plunct-plact-zuuuum! Não vai a lugar nenhum.
Já comentei o Mr. Unger, um professor muito bom. A teoria dele e muito boa, made in USA. Lá, todavia, existem diretrizes e direções em nível estratégico para o país e para o estamento de defesa. Seus presidentes e políticos sabem, com ressalvas, o que querem para o povo e para o país. O povo também.
O principal interesse dos EUA, VITAL, é a a defesa do seu território e do seu povo. Daí resulta a busca pela manutenção de capacidade militar compatível com esse objetivo. Dissuasão e capacitação para a Desfesa e Ataque - que é uma forma de defesa.
Isso é assunto prá mais de metro, todavia e exige interlocutor com um mínimo de conhecimento e, especialmente, de mente aberta, coisa muito difícil por estas bandas onde ignorância "com doutorado" e preconceitos explícitos - filhos da ignorância - andam lado a lado rumo a mais ignorância e mais preconceitos...
Aqui vigoram a politicagem, a politiquice, a ignorância e a má-fé, prá dizer pouco. Os políticos são "locais" e "interesse vital", hoje em especial, é a garantia de emprego para a "cumpanheirada". Dêem um passeio pela nossa realidade e verão isso, sem dificuldade.
Se o Mr. Unger está aflito, agora, vai ficar apoplético muito breve...
Não há direção, nem diretriz. O que existe de bom "neztepaíz" ou é oriundo da "herança maldita" ou é da "maldita ditadura", vide Angra 3 e assuntos correlatos... Vide etanol e idem... Vide política econômica... Vide base industrial... Vide whatever. Tirante a bolsa família, as rapinagens contumazes e os sucessivos "não sei"... "não vi"... "estou convencido 'de' que"... "nunca em 500 anos"...
Having said that, se o plano for muito bom, terá um alto custo e não há político ou política que banque isso. A ninguém, da área política em especial, interessa ter Forças Armadas fortes e compatíveis com o tamanho do País, seja sob o ponto de vista territorial, seja sob a ótica da politica interna ou externamente. Se o plano for muito ruim, melhor deixar como está e continuar jogando na "MegaCena" política, torcendo para que tudo(?) dê certo, seja lá o que for isso, "dar certo".
Se por obra do acaso e/ou da incompetência política o Brasil tiver que usar a força para defender seus "interesses" não tem e nem vai ter FA para tal. Nem "contra" a Bolívia ou Paraguai. Não tem Marinha, não tem Exército, não tem Força Aérea. PONTO!
Quem sabe se chamarem o Protógenes ou algum menino do MP eles possam resolver contenciosos via "grampos", inquéritos "rigorosos" e muita entrevista na Rede GLOBO... Quem sabe?
Volto - já mencionei essa frase várias vezes - ao que disse Simón Bolívar que, apesar de não ser lá o paradigma que se pretende santificar, tem serviços relevantes prestados à causa da Independência de países vizinhos e aliados. Disse ele:
"A nação que não respeita seus soldados,
não merece existir como Nação."
Se pesquisas de opinião têm, continuadamente, mostrado a confiança que o povo tem nas FA brasileiras os seus "representantes" não agem em consonância com seus "representados". Pelo contrário. logo...
O plano, pela notícia, é do Raul Seixas.
Plunct-plact-zuuuum! Não vai a lugar nenhum.
Já comentei o Mr. Unger, um professor muito bom. A teoria dele e muito boa, made in USA. Lá, todavia, existem diretrizes e direções em nível estratégico para o país e para o estamento de defesa. Seus presidentes e políticos sabem, com ressalvas, o que querem para o povo e para o país. O povo também.
O principal interesse dos EUA, VITAL, é a a defesa do seu território e do seu povo. Daí resulta a busca pela manutenção de capacidade militar compatível com esse objetivo. Dissuasão e capacitação para a Desfesa e Ataque - que é uma forma de defesa.
Isso é assunto prá mais de metro, todavia e exige interlocutor com um mínimo de conhecimento e, especialmente, de mente aberta, coisa muito difícil por estas bandas onde ignorância "com doutorado" e preconceitos explícitos - filhos da ignorância - andam lado a lado rumo a mais ignorância e mais preconceitos...
Aqui vigoram a politicagem, a politiquice, a ignorância e a má-fé, prá dizer pouco. Os políticos são "locais" e "interesse vital", hoje em especial, é a garantia de emprego para a "cumpanheirada". Dêem um passeio pela nossa realidade e verão isso, sem dificuldade.
Se o Mr. Unger está aflito, agora, vai ficar apoplético muito breve...
Não há direção, nem diretriz. O que existe de bom "neztepaíz" ou é oriundo da "herança maldita" ou é da "maldita ditadura", vide Angra 3 e assuntos correlatos... Vide etanol e idem... Vide política econômica... Vide base industrial... Vide whatever. Tirante a bolsa família, as rapinagens contumazes e os sucessivos "não sei"... "não vi"... "estou convencido 'de' que"... "nunca em 500 anos"...
Having said that, se o plano for muito bom, terá um alto custo e não há político ou política que banque isso. A ninguém, da área política em especial, interessa ter Forças Armadas fortes e compatíveis com o tamanho do País, seja sob o ponto de vista territorial, seja sob a ótica da politica interna ou externamente. Se o plano for muito ruim, melhor deixar como está e continuar jogando na "MegaCena" política, torcendo para que tudo(?) dê certo, seja lá o que for isso, "dar certo".
Se por obra do acaso e/ou da incompetência política o Brasil tiver que usar a força para defender seus "interesses" não tem e nem vai ter FA para tal. Nem "contra" a Bolívia ou Paraguai. Não tem Marinha, não tem Exército, não tem Força Aérea. PONTO!
Quem sabe se chamarem o Protógenes ou algum menino do MP eles possam resolver contenciosos via "grampos", inquéritos "rigorosos" e muita entrevista na Rede GLOBO... Quem sabe?
Volto - já mencionei essa frase várias vezes - ao que disse Simón Bolívar que, apesar de não ser lá o paradigma que se pretende santificar, tem serviços relevantes prestados à causa da Independência de países vizinhos e aliados. Disse ele:
"A nação que não respeita seus soldados,
não merece existir como Nação."
Se pesquisas de opinião têm, continuadamente, mostrado a confiança que o povo tem nas FA brasileiras os seus "representantes" não agem em consonância com seus "representados". Pelo contrário. logo...
No Paredão
Ternuma Regional Brasília
Gen Bda R1 Valmir Fonseca AZEVEDO Pereira
Notícia veiculada em periódico do dia 24 de julho do corrente destaca que, "o governo debaterá a punição de militares por tortura".
A "inocente" pantomima terá como pano de fundo um seminário de pomposo e parcial nome "Limites e possibilidades para a responsabilização jurídica dos agentes violadores de direitos humanos durante estado de exceção no Brasil", circo que terá lugar em 31 de julho, no Ministério da Justiça, e será perpetrado à custa do desgoverno e sob os auspícios da Comissão de Anistia, aquela que julga casos de reparação econômica para perseguidos políticos, reconhecida entidade federal de decantada “imparcialidade”.
O Tribunal de inquisição tem o prestimoso e candente aval do próprio Ministro da Justiça e do “magnânimo” Ministro da Secretária de Direitos Humanos, Sr. Paulo Vannuchi, os quais formam uma dupla de respeito no que se refere à desmoralização sistemática do Estamento Militar.
A esquerda governista possui na sua agenda um elenco de temas engatilhados, os quais, rotineiramente, deflagra, com o fito de achincalhar, ainda mais, as Forças Armadas, e à medida que se fortalece, sempre que pode, e seja
oportuno, desfecha ataques diretos, pouco se importando se os assuntos já são batidos e velhos conhecidos.
A mesma mentira repetida à exaustão torna - se uma verdade.
Diuturnamente, o lulo - petismo cata os “esqueletos do Araguaia”, revive a fantasiosa “Operação Condor”, divulga a “ participação dos EUA na Contra - Revolução de 1964”, reverbera propostas para o “ fim da Anistia”, e assim
por diante. Em quase todos os casos e, em alguns, descaradamente falsos, alega como motivação, o resgate da história, a busca da verdade ou da justiça; noutras, não havendo espaço para enganações, a “pièce de résistance”, por si só, é por demais gritante para ser dourada com falsas alegações, é puro e cristalino revanchismo.
Em nenhum dos casos aventa - se a hipótese de vasculhar o outro lado.
De fato, pela inépcia das FFAA, a questão passou a ter somente um lado, uma versão.
A nova, impune e festejada investida faz parte de um roteiro que parece não ter fim, e dominando, despudoradamente, todos os escaninhos do poder não ficaríamos surpresos, se, num belo dia, obtivessem êxito nas suas pretensões.
Este seminário parece ser o momento propício, pois predominando a hipótese de não acusar ou não imputar a responsabilidade sobre os militares, certamente, voltarão à carga, até a exaustão. Ao contrário, se obtiverem êxito, e o cenário está montado para isso, o fuzilamento será inevitável. Teremos uma terrível caça às bruxas.
Portanto, é transparente que a esquerda nada tem a perder, ou melhor, tem tudo a ganhar.
O revanchismo da esquerda é como uma caçada a um animal ferido, mais dia menos dia, o caçador alcançará a presa. Acreditamos que a cada avanço do desgoverno petista, real patrocinador da caçada, o alvo se encontra mais frágil, mais exposto, e em melhores condições de abate.
Não devemos esquecer nunca, de que este é o desgoverno que patrocina livros, financia filmes e peças de teatro, que aplaude novelas, que monta painéis e seminários, que participa de eventos públicos, de execração dos militares. Este é o governicho das desculpas pelos atos ignominiosos praticados contra os militares.
Meus desditosos amigos, para os golpes desfechados às nossas vistas, lamentamos; às vezes, gememos e, em desespero, esperneamos.
Contudo, deveríamos nos debulhar em sentidas lágrimas ao imaginar o que deverá estar ocorrendo nas escolas, nas faculdades, nas aulas de Direito, de Jornalismo, de História e, em tantas outras cátedras, onde docentes, mancomunados com a ideologia marxista, destilam idéias esdrúxulas e coniventes, apregoando a desmoralização total das Forças Armadas.
Deveríamos, hoje, defender até às últimas conseqüências, as nossas escolas militares, nossas derradeiras “ratio Regis”, os Colégios Militares, a Escola Preparatória, a Escola de Sargentos das Armas, a Escola de Administração, os CPOR/NPOR, e, até mesmo, as de nível mais elevado, a ECEME, a ESG, e outras, onde notícias de rodapé nos alertam que o inimigo já adentrou ou tenta, despudoradamente, influir nos seus currículos.
Pelo andar da carruagem, é fácil percebermos que os militares estão no paredão, só falta a ordem de fogo ou de linchamento.
Inocente aquele que acreditar no alto índice de credibilidade pública, para reverter um julgamento de cartas marcadas, ou que as autoridades governamentais, esclarecidas de que as Forças Armadas de uma nação fazem parte de sua História, deixarão de incentivar a ignominiosa perseguição, pois sem dúvida, ela faz parte de um plano maior de dominação.
Brasília, DF, 25 de julho de 2008
É imperioso passar à defesa pró “ ativa, pelo menos
Gen Bda R1 Valmir Fonseca AZEVEDO Pereira
Notícia veiculada em periódico do dia 24 de julho do corrente destaca que, "o governo debaterá a punição de militares por tortura".
A "inocente" pantomima terá como pano de fundo um seminário de pomposo e parcial nome "Limites e possibilidades para a responsabilização jurídica dos agentes violadores de direitos humanos durante estado de exceção no Brasil", circo que terá lugar em 31 de julho, no Ministério da Justiça, e será perpetrado à custa do desgoverno e sob os auspícios da Comissão de Anistia, aquela que julga casos de reparação econômica para perseguidos políticos, reconhecida entidade federal de decantada “imparcialidade”.
O Tribunal de inquisição tem o prestimoso e candente aval do próprio Ministro da Justiça e do “magnânimo” Ministro da Secretária de Direitos Humanos, Sr. Paulo Vannuchi, os quais formam uma dupla de respeito no que se refere à desmoralização sistemática do Estamento Militar.
A esquerda governista possui na sua agenda um elenco de temas engatilhados, os quais, rotineiramente, deflagra, com o fito de achincalhar, ainda mais, as Forças Armadas, e à medida que se fortalece, sempre que pode, e seja
oportuno, desfecha ataques diretos, pouco se importando se os assuntos já são batidos e velhos conhecidos.
A mesma mentira repetida à exaustão torna - se uma verdade.
Diuturnamente, o lulo - petismo cata os “esqueletos do Araguaia”, revive a fantasiosa “Operação Condor”, divulga a “ participação dos EUA na Contra - Revolução de 1964”, reverbera propostas para o “ fim da Anistia”, e assim
por diante. Em quase todos os casos e, em alguns, descaradamente falsos, alega como motivação, o resgate da história, a busca da verdade ou da justiça; noutras, não havendo espaço para enganações, a “pièce de résistance”, por si só, é por demais gritante para ser dourada com falsas alegações, é puro e cristalino revanchismo.
Em nenhum dos casos aventa - se a hipótese de vasculhar o outro lado.
De fato, pela inépcia das FFAA, a questão passou a ter somente um lado, uma versão.
A nova, impune e festejada investida faz parte de um roteiro que parece não ter fim, e dominando, despudoradamente, todos os escaninhos do poder não ficaríamos surpresos, se, num belo dia, obtivessem êxito nas suas pretensões.
Este seminário parece ser o momento propício, pois predominando a hipótese de não acusar ou não imputar a responsabilidade sobre os militares, certamente, voltarão à carga, até a exaustão. Ao contrário, se obtiverem êxito, e o cenário está montado para isso, o fuzilamento será inevitável. Teremos uma terrível caça às bruxas.
Portanto, é transparente que a esquerda nada tem a perder, ou melhor, tem tudo a ganhar.
O revanchismo da esquerda é como uma caçada a um animal ferido, mais dia menos dia, o caçador alcançará a presa. Acreditamos que a cada avanço do desgoverno petista, real patrocinador da caçada, o alvo se encontra mais frágil, mais exposto, e em melhores condições de abate.
Não devemos esquecer nunca, de que este é o desgoverno que patrocina livros, financia filmes e peças de teatro, que aplaude novelas, que monta painéis e seminários, que participa de eventos públicos, de execração dos militares. Este é o governicho das desculpas pelos atos ignominiosos praticados contra os militares.
Meus desditosos amigos, para os golpes desfechados às nossas vistas, lamentamos; às vezes, gememos e, em desespero, esperneamos.
Contudo, deveríamos nos debulhar em sentidas lágrimas ao imaginar o que deverá estar ocorrendo nas escolas, nas faculdades, nas aulas de Direito, de Jornalismo, de História e, em tantas outras cátedras, onde docentes, mancomunados com a ideologia marxista, destilam idéias esdrúxulas e coniventes, apregoando a desmoralização total das Forças Armadas.
Deveríamos, hoje, defender até às últimas conseqüências, as nossas escolas militares, nossas derradeiras “ratio Regis”, os Colégios Militares, a Escola Preparatória, a Escola de Sargentos das Armas, a Escola de Administração, os CPOR/NPOR, e, até mesmo, as de nível mais elevado, a ECEME, a ESG, e outras, onde notícias de rodapé nos alertam que o inimigo já adentrou ou tenta, despudoradamente, influir nos seus currículos.
Pelo andar da carruagem, é fácil percebermos que os militares estão no paredão, só falta a ordem de fogo ou de linchamento.
Inocente aquele que acreditar no alto índice de credibilidade pública, para reverter um julgamento de cartas marcadas, ou que as autoridades governamentais, esclarecidas de que as Forças Armadas de uma nação fazem parte de sua História, deixarão de incentivar a ignominiosa perseguição, pois sem dúvida, ela faz parte de um plano maior de dominação.
Brasília, DF, 25 de julho de 2008
É imperioso passar à defesa pró “ ativa, pelo menos
E CADE O GREEENHALGH? VAI SE SAFAR DE NOVO?
Da internet...
De cada ação que ele entra junto aos amigos da Comissão de Anistia, seu escritório de advocacia leva 30% dos mais de 6 bilhões de reais até agora gastos com indenizações aos guerrilheiros que atacaram a sociedade brasileira nos anos 60. Basta fazer os cálculos!
E fico me perguntando se ele anda pagando todos os impostos sobre estas grandes quantias, além das acusações que pairam sobre sí!
Ana Prudente
VOCÊ LEMBRA?
Se a memória ainda não estiver fraca, vamos pensar um pouco:
Caso LUBECA - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso CELSO DANIEL - envolvidos - Luiz Eduardo Greenhalgh,
Caso TONINHO DO PT - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh,
Caso MENSALEIRO - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso ALOPRADOS - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso MST - defensor e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso Dantas - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Este senhor esta nestas e mais uma porção que são escamoteadas.
Será que o MPF, Ministério da Justiça, PF e todos os Órgãos de Justiça deste país, não se deram conta de que esta instalada nesta republiqueta de fundo quintal, administrada pelos dois piores partidos PT e PMDB que jamais na história deste país existiu, um balcão de negócios sujos para afundar com a nossa sociedade e transformar este país em uma ARVEBOEQUAPARNAMA(Argentina,Venezuela,Bolívia, Equador Paraguai e Panamá).
De cada ação que ele entra junto aos amigos da Comissão de Anistia, seu escritório de advocacia leva 30% dos mais de 6 bilhões de reais até agora gastos com indenizações aos guerrilheiros que atacaram a sociedade brasileira nos anos 60. Basta fazer os cálculos!
E fico me perguntando se ele anda pagando todos os impostos sobre estas grandes quantias, além das acusações que pairam sobre sí!
Ana Prudente
VOCÊ LEMBRA?
Se a memória ainda não estiver fraca, vamos pensar um pouco:
Caso LUBECA - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso CELSO DANIEL - envolvidos - Luiz Eduardo Greenhalgh,
Caso TONINHO DO PT - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh,
Caso MENSALEIRO - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso ALOPRADOS - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso MST - defensor e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh
Caso Dantas - envolvido Luiz Eduardo Greenhalgh
Este senhor esta nestas e mais uma porção que são escamoteadas.
Será que o MPF, Ministério da Justiça, PF e todos os Órgãos de Justiça deste país, não se deram conta de que esta instalada nesta republiqueta de fundo quintal, administrada pelos dois piores partidos PT e PMDB que jamais na história deste país existiu, um balcão de negócios sujos para afundar com a nossa sociedade e transformar este país em uma ARVEBOEQUAPARNAMA(Argentina,Venezuela,Bolívia, Equador Paraguai e Panamá).
sábado, 26 de julho de 2008
Lula e o general vietnamita Giap: falsificação histórica
Lula no Vietnã
por Ipojuca Pontes em 21 de julho de 2008
Resumo: Em sua visita ao Vietnã Lula da Silva prosseguiu com sua carreira de caixeiro viajante de ocasião e historiador amador que se esquece de obviedades.
© 2008 MidiaSemMascara.org
Na segunda quinzena deste mês, sob o pretexto de diversificar parcerias comerciais com países do Terceiro Mundo (na África, América Latina e Ásia), Lula da Silva terminou no Vietnã. De fato, os "nossos" negócios com o país asiático são mais que inexpressivos, mas o Vietnã, como se sabe, representa um voto na rota traçada pelo Itamaraty Vermelho para o Brasil ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Daí, o giro internacional que custou milhões de reais aos cofres da Viúva, cada vez mais saqueados.
De certo modo, a viagem de Lula não deixou de ter um toque sentimental (como diz a canção vulgar, "sentimental demais"). Conta o repórter Chico de Gois, enviado de O Globo para cobrir a viagem, que o vosso presidente quebrou o protocolo durante a visita à Hanói, capital vietnamita, para fazer um pedido especial ao General Giap, considerado o estrategista militar que derrotou o "exército imperialista" na guerra que é tida como a maior vergonha militar dos Estados Unidos.
- Queria pedir um favor – começou um Lula, tímido, dirigindo-se a Vo Nguyen Giap enquanto apontava para a dona da Casa Civil, Dilma Roussef. - Aquela moça é minha ministra no Brasil, foi na juventude militante de esquerda, ficou três anos e meio na cadeia e ela tem pelo senhor uma verdadeira adoração. Seria importante que o senhor permitisse que ela tirasse uma foto ao seu lado.
(Quem sabe por lapso de memória, o presidente Lula esqueceu de informar ao provecto general, de 97 anos, que a ministra ali presente, até então incógnita, deixara o Brasil depois de verdadeiro bombardeio promovido pela mídia, devido a ocorrência de escândalos os mais diversos, entre eles o da divulgação – ilegal - de um dossiê contra um ex-presidente socialista (FHC) e sua digníssima esposa.
E provavelmente também esqueceu de mencionar ao glorioso general que a ministra Roussef, sob o codinome "Estela", integrando o grupo armado VAR-Palmares, em 1969, foi uma das cabeças planejadoras do roubo do cofre de Ana Capriglione Benchimol – a bem da verdade, um roubo que rendeu mais de dois milhões e oitocentos mil dólares, no que é considerado, até hoje, o maior assalto da subversão organizada no país – dólares cujo destino permanece uma incógnita.
Segundo o enviado especial de O Globo, a companheira de armas Dilma Roussef, "que até então se mostrava séria, esboçou um leve sorriso, entre feliz e encabulada. Levantou-se, dirigiu-se ao velho líder e deu-lhe dois beijos nas faces". Bonito!
O presidente Lula, por sua vez, "já à vontade na função de mestre de cerimônias", pediu para tirar um foto com o velho general vietnamita para mandá-la como lembrança ao "coma andante" cubano Fidel Castro. A partir daí, assumindo loquacidade incontrolada, o ex-sindicalista não se conteve e revelou-se um historiador da fuzarca: - "Encontrar aquele homem minúsculo, com 97 anos e saber que por detrás daquela aparência minúscula tem um homem que derrotou o grande poder militar francês e o grande poder militar americano é, no mínimo, estar diante de uma figura superior".
Aqui, para não entrar na canoa furada de Lula, convém aprofundar algumas observações pertinentes: o Vietnã do Norte jamais derrotou o exército dos Estados Unidos. Quem determinou a retirada das forças americanas do conflituoso sudeste asiático foi o que o próprio Giap chamou de "frente interna" da guerra, agindo dentro do território norte-americano com a incessante pressão da mídia local (a TV, em primeiro lugar) de parceria com "ativistas e pacifistas" infiltrados nas instituições do governo, além de intelectuais radicais e movimentos "libertários" tipo Woodstock ("faça amor, não faça a guerra"), composto por militantes universitários, roqueiros, drogados e o exército (rumoroso) das minorias vociferantes.
De fato, o que os norte-vietnamitas consideraram o seu mais poderoso ataque às forças americanas e sul-vietnamitas, a Ofensiva Tet, ocorrida em 1968, não passou de uma fragorosa derrota dos vietcongs e das forças comunistas, que perderam 79 mil homens entre mortos, feridos e aprisionados – contra as baixas de 1.100 soldados americanos e cerca de 2.900 combatentes sul-vietnamitas. O quadro das baixas, no entanto, associado ao ataque vietcong à embaixada americana em Saigon (onde todos os guerrilheiros foram mortos e nenhum soldado americano perdeu a vida), acentuaram, na "frente interna", a oposição antiguerra nos EUA – o que fez, mais tarde, o presidente Richard Nixon acelerar a retirada das tropas do Vietnã.
A tragédia bélica, no entanto, não ficou por aí. Com a retirada americana e a ocupação de todo Vietnã pelos vietcongs e pelas tropas de Giap, o governo comunista coletivizou a agricultura, massacrou os opositores e enviou centenas de milhares de sul-vietnamitas para campos de trabalhos forçados. Em 1978, já em conflito com os interesses da China na região, o Vietnã invadiu o Camboja e nele instalou um poder dissidente, decorrendo daí novos massacres e a fuga em massa dos cambojanos acossados entre duas forças comunistas.
A partir de 1986, enfrentando forte crise de abastecimento, a miséria da economia comunista obrigou o Vietnã a abrir-se aos investimentos do capital externo. Em 1994, Bill Clinton suspendeu o embargo comercial dos Estados Unidos, que passou a conceder empréstimos e incentivar a presença de empresas americanas no país asiático. Com o ingresso do capital estrangeiro e a instalação da Bolsa de Valores (típico instrumento da economia de mercado), o nível de pobreza do Vietnã caiu de 58% para menos de 14%.
Lula da Silva, coitado, não se interessa por tais obviedades. Em vez disso, prefere hostilizar os Estados Unidos, nosso maior parceiro comercial, e sonegar o valor de uma democracia que ainda é, apesar dos pesares, um exemplo para o mundo.
O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.
Fonte: http://www.midiasemmascara.com.br/colunistas.php?aid=21&language=pt
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Só a Verdade nos Libertará
Este vídeo é uma antologia ao "desgoverno Lulla".
Marcadores:
Tarso Genro Bolsonaro Roraima terras indígenas
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Lobby de US$ 260 milhões
Lobby de US$ 260 milhões
Relatórios da PF acusam grupo de Greenhalgh, ligado a Dantas, de cobrar para viabilizar supertele
De Ricardo Galhardo e Soraya Aggege:
Relatórios do Serviço de Inteligência da Polícia Federal, aos quais O GLOBO teve acesso, apontam que o grupo de lobistas suspeitos de ligação com o banqueiro Daniel Dantas — integrado, segundo a PF, pelo ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh — exigiu em março deste ano US$ 260 milhões para viabilizar a criação da supertele (fusão entre a Brasil Telecom e a Oi, que foi assinada em abril) junto ao governo federal. O dinheiro seria usado posteriormente para a formação de "caixa dois" para campanha eleitoral, acusa a PF. O grupo, segundo o relatório, tinha acesso à ante-sala da Presidência da República, passava por ministros, deputados e senadores.
Na sexta-feira, antes de deixar o caso, o delegado Protógenes Queiroz determinou, no relatório final da Operação Satiagraha, a abertura de inquérito específico para investigar a participação de Greenhalgh e também do publicitário Guilherme Henrique Sodré, o Guiga, na suposta quadrilha encabeçada por Dantas. Em 175 páginas, o relatório detalha a participação de 13 pessoas, todas indiciadas por gestão fraudulenta e formação de quadrilha, no esquema de Dantas.
"É nele (Dantas) que se concentram todas as decisões em se tratando de estratégias, investimentos, aporte de recursos ou qualquer saída dos respectivos caixas do Grupo Opportunity, utilização do mercado paralelo de moeda estrangeira, habituais e sucessivas transferências de cotas societárias entre a cúpula do grupo", diz o relatório de Protógenes, que cita Greenhalgh como integrante "de um escalão especial" do grupo do dono do Opportunity.
Os US$ 260 milhões cobririam o "custo" para o "trabalho" de tráfico de influência para viabilizar a criação da supertele — que ainda depende de mudanças na legislação em vigor. Segundo a PF, Opportunity e Citi deveriam arcar cada um com US$ 130 milhões. Em uma conversa telefônica grampeada, dia 26 de março, entre Greenhalgh e Humberto Braz (braço direito de Dantas, que está preso), a PF constata que a proposta pendente era do Citi, que envolvia um terço do valor da Telemig. Seria "o equivalente a US$ 110 milhões, mas os lobistas insistem em receber do Citi a quantia de US$ 130 milhões para conseguir a efetivação do negócio junto ao governo federal, chegando à diferença de US$ 20 milhões", segundo análise policial.
Relatórios da PF acusam grupo de Greenhalgh, ligado a Dantas, de cobrar para viabilizar supertele
De Ricardo Galhardo e Soraya Aggege:
Relatórios do Serviço de Inteligência da Polícia Federal, aos quais O GLOBO teve acesso, apontam que o grupo de lobistas suspeitos de ligação com o banqueiro Daniel Dantas — integrado, segundo a PF, pelo ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh — exigiu em março deste ano US$ 260 milhões para viabilizar a criação da supertele (fusão entre a Brasil Telecom e a Oi, que foi assinada em abril) junto ao governo federal. O dinheiro seria usado posteriormente para a formação de "caixa dois" para campanha eleitoral, acusa a PF. O grupo, segundo o relatório, tinha acesso à ante-sala da Presidência da República, passava por ministros, deputados e senadores.
Na sexta-feira, antes de deixar o caso, o delegado Protógenes Queiroz determinou, no relatório final da Operação Satiagraha, a abertura de inquérito específico para investigar a participação de Greenhalgh e também do publicitário Guilherme Henrique Sodré, o Guiga, na suposta quadrilha encabeçada por Dantas. Em 175 páginas, o relatório detalha a participação de 13 pessoas, todas indiciadas por gestão fraudulenta e formação de quadrilha, no esquema de Dantas.
"É nele (Dantas) que se concentram todas as decisões em se tratando de estratégias, investimentos, aporte de recursos ou qualquer saída dos respectivos caixas do Grupo Opportunity, utilização do mercado paralelo de moeda estrangeira, habituais e sucessivas transferências de cotas societárias entre a cúpula do grupo", diz o relatório de Protógenes, que cita Greenhalgh como integrante "de um escalão especial" do grupo do dono do Opportunity.
Os US$ 260 milhões cobririam o "custo" para o "trabalho" de tráfico de influência para viabilizar a criação da supertele — que ainda depende de mudanças na legislação em vigor. Segundo a PF, Opportunity e Citi deveriam arcar cada um com US$ 130 milhões. Em uma conversa telefônica grampeada, dia 26 de março, entre Greenhalgh e Humberto Braz (braço direito de Dantas, que está preso), a PF constata que a proposta pendente era do Citi, que envolvia um terço do valor da Telemig. Seria "o equivalente a US$ 110 milhões, mas os lobistas insistem em receber do Citi a quantia de US$ 130 milhões para conseguir a efetivação do negócio junto ao governo federal, chegando à diferença de US$ 20 milhões", segundo análise policial.
Marcadores:
Greenhalgh PF Dantas corrupção roubalheira
Petróleo para a atual e gerações futuras
Opinião - Petróleo para a atual e gerações futuras
JB - 21/07/2008
Léo de Almeida Neves
MEMBRO DA ACADEMIA PARANAENSE DE LETRAS, EX-DEPUTADO FEDERAL E EX-DIRETOR DO BANCO DO BRASIL
Governo e povo têm o dever indeclinável de carrear os benefícios da exploração do 'ouro negro' para a atual e futuras gerações. Será crime de lesa-pátria fazer o jogo de poderosas multinacionais. Tive a primazia de levantar essa questão na imprensa, com meu artigo Nova campanha do `petróleo é nosso´.
É plenamente admissível estimar-se as reserva totais de petróleo do Brasil em 90 bilhões de barris, por conta da fabulosa província petrolífera que a natureza nos prodigalizou na camada pré-sal, abrangendo 800 quilômetros de costa do Espírito Santo até Santa Catarina.
Multiplicando-se 90 bilhões de barris de petróleo por US$ 100 o barril (supondo-se improvável queda da vigente cotação de US$ 140) representa uma riqueza fantástica de US$ 9 trilhões, da qual a União deve ser aquinhoada com parcela significativa a ser destinada a um Fundo Soberano Intergeracional, como fez a Noruega.
Esse Fundo poderá pagar nossa dívida interna, cobrir o déficit da Previdência Social, suprir deficiências de infra-estrutura, revolucionar a educação e a saúde, distribuir royalties a Estados e municípios produtores, modernizar nossas Forças Armadas e, ainda, diminuir a carga tributária.
Para tanto há que se modificar o marco regulatório da legislação do petróleo, que outorga concessões de conformidade com a Lei 9478/ 97, que estabeleceu o fim do monopólio da União na exploração do petróleo e permitiu a entrega de blocos, mediante licitações pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). As concessionárias que acharem petróleo ficam donas do produto, e a União tem participação de apenas 0 a 40% em exploração de águas profundas, enquanto no mercado mundial a média recebida pelos países concedentes é de 84%.
Não se pode ignorar o ensinamento da história de que as Guerras do Petróleo justificam invasões e derrubadas de governo, criam países independentes e impõem ditaduras.
Até agora a atitude do governo Lula tem sido exemplar: antes do 9º leilão tirou 41 blocos localizados próximos às áreas do pré-sal; segurou o 8º leilão, que contém 10 áreas nas mesmas condições, suspendeu novos leilões e tem defendido através da voz do presidente da República, do ministro de Minas e Energia e da ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, uma nova disciplina legal.
'A melhor idéia - com a qual eu concordo totalmente - é adotar o regime de partilha de produção', diz o ministro Edson Lobão, de Minas e Energia, que esclarece: 'Nos países que adotam esse modelo existe uma estatal com 100% de capital do governo para ditar o ritmo de produção e supervisionar a exploração dos campos. Não é para furar poço, que seria tarefa para a Petrobras e as outras prestadoras de serviço'.
Enquanto isso, sorrateiramente, forças sub-reptícias se mobilizam e se contrapõem às soluções patrióticas. Exigem o imediato reinício dos leilões, ao mesmo tempo que invocam a lei de Fernando Henrique para defender a unificação das áreas interligadas já leiloadas e, assim, abocanhar as imensas áreas do pré-sal - não licitadas - pertencentes à União. Não querem mudar o regime jurídico das concessões. Não admitem que o Brasil se transforme em potência mundial!
De outro lado, parlamentares de mentalidade paroquial centralizam a discussão de assunto com tal magnitude para os destinos da nação, na participação percentual de Estados e municípios para a divisão dos royalties, particularmente os do Rio de Janeiro versus São Paulo.
Preocupante a declaração do embaixador norte-americano Brad Clifford Sobel, em sua recente visita a São Paulo, 'de que está surgindo uma nova área de cooperação entre os dois países, o petróleo, que enxerga oportunidades de parcerias com petrolíferas americanas como Exxon e Chevron, ou empresas fornecedoras de serviços como a Halliburton'.
O embaixador disse que funcionários do seu governo 'devem vir ao Brasil em breve para tratar do assunto e que o secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, chegará na próxima semana'.
Com maior repercussão, os Estados Unidos anunciaram que vão reativar a IV Frota, que ficará responsável pelas águas da América Latina e Caribe, o Atlântico Sul; A V Frota cobre o Golfo Pérsico e garante a supremacia norte-americana no Oriente Médio; a VI é baseada no Mar Mediterrâneo e a VII no Japão, gigantescos porta-aviões compõem essas armadas que são dotadas de armas nucleares.
O almirante Gary Roughead, chefe de Operações Navais da Marinha dos EUA, declarou restabelecida a IV Frota com as seguintes palavras: 'Não se enganem; essa frota estará pronta para qualquer operação, a qualquer hora em qualquer lugar'.
O contra-almirante Joseph Kernan, comandante da IV Frota, atribui a esta 'funções pacíficas para atendimentos humanitários e combate ao narcotráfico'.
Ainda bem que, por proposta do presidente José Sarney, a ONU tornou o Atlântico Sul Zona de Paz, livre de armas nucleares. A Resolução 41/11 foi aprovada em 27.10.1986, por 126 votos a favor e um contra, o dos Estados Unidos.
Por tudo, modificar com base na experiência internacional a regulamentação da Lei do Petróleo torna-se imperativo de soberania nacional, principalmente agora que o Brasil ostenta a terceira maior reserva mundial dessa exponencial riqueza.
JB - 21/07/2008
Léo de Almeida Neves
MEMBRO DA ACADEMIA PARANAENSE DE LETRAS, EX-DEPUTADO FEDERAL E EX-DIRETOR DO BANCO DO BRASIL
Governo e povo têm o dever indeclinável de carrear os benefícios da exploração do 'ouro negro' para a atual e futuras gerações. Será crime de lesa-pátria fazer o jogo de poderosas multinacionais. Tive a primazia de levantar essa questão na imprensa, com meu artigo Nova campanha do `petróleo é nosso´.
É plenamente admissível estimar-se as reserva totais de petróleo do Brasil em 90 bilhões de barris, por conta da fabulosa província petrolífera que a natureza nos prodigalizou na camada pré-sal, abrangendo 800 quilômetros de costa do Espírito Santo até Santa Catarina.
Multiplicando-se 90 bilhões de barris de petróleo por US$ 100 o barril (supondo-se improvável queda da vigente cotação de US$ 140) representa uma riqueza fantástica de US$ 9 trilhões, da qual a União deve ser aquinhoada com parcela significativa a ser destinada a um Fundo Soberano Intergeracional, como fez a Noruega.
Esse Fundo poderá pagar nossa dívida interna, cobrir o déficit da Previdência Social, suprir deficiências de infra-estrutura, revolucionar a educação e a saúde, distribuir royalties a Estados e municípios produtores, modernizar nossas Forças Armadas e, ainda, diminuir a carga tributária.
Para tanto há que se modificar o marco regulatório da legislação do petróleo, que outorga concessões de conformidade com a Lei 9478/ 97, que estabeleceu o fim do monopólio da União na exploração do petróleo e permitiu a entrega de blocos, mediante licitações pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). As concessionárias que acharem petróleo ficam donas do produto, e a União tem participação de apenas 0 a 40% em exploração de águas profundas, enquanto no mercado mundial a média recebida pelos países concedentes é de 84%.
Não se pode ignorar o ensinamento da história de que as Guerras do Petróleo justificam invasões e derrubadas de governo, criam países independentes e impõem ditaduras.
Até agora a atitude do governo Lula tem sido exemplar: antes do 9º leilão tirou 41 blocos localizados próximos às áreas do pré-sal; segurou o 8º leilão, que contém 10 áreas nas mesmas condições, suspendeu novos leilões e tem defendido através da voz do presidente da República, do ministro de Minas e Energia e da ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, uma nova disciplina legal.
'A melhor idéia - com a qual eu concordo totalmente - é adotar o regime de partilha de produção', diz o ministro Edson Lobão, de Minas e Energia, que esclarece: 'Nos países que adotam esse modelo existe uma estatal com 100% de capital do governo para ditar o ritmo de produção e supervisionar a exploração dos campos. Não é para furar poço, que seria tarefa para a Petrobras e as outras prestadoras de serviço'.
Enquanto isso, sorrateiramente, forças sub-reptícias se mobilizam e se contrapõem às soluções patrióticas. Exigem o imediato reinício dos leilões, ao mesmo tempo que invocam a lei de Fernando Henrique para defender a unificação das áreas interligadas já leiloadas e, assim, abocanhar as imensas áreas do pré-sal - não licitadas - pertencentes à União. Não querem mudar o regime jurídico das concessões. Não admitem que o Brasil se transforme em potência mundial!
De outro lado, parlamentares de mentalidade paroquial centralizam a discussão de assunto com tal magnitude para os destinos da nação, na participação percentual de Estados e municípios para a divisão dos royalties, particularmente os do Rio de Janeiro versus São Paulo.
Preocupante a declaração do embaixador norte-americano Brad Clifford Sobel, em sua recente visita a São Paulo, 'de que está surgindo uma nova área de cooperação entre os dois países, o petróleo, que enxerga oportunidades de parcerias com petrolíferas americanas como Exxon e Chevron, ou empresas fornecedoras de serviços como a Halliburton'.
O embaixador disse que funcionários do seu governo 'devem vir ao Brasil em breve para tratar do assunto e que o secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, chegará na próxima semana'.
Com maior repercussão, os Estados Unidos anunciaram que vão reativar a IV Frota, que ficará responsável pelas águas da América Latina e Caribe, o Atlântico Sul; A V Frota cobre o Golfo Pérsico e garante a supremacia norte-americana no Oriente Médio; a VI é baseada no Mar Mediterrâneo e a VII no Japão, gigantescos porta-aviões compõem essas armadas que são dotadas de armas nucleares.
O almirante Gary Roughead, chefe de Operações Navais da Marinha dos EUA, declarou restabelecida a IV Frota com as seguintes palavras: 'Não se enganem; essa frota estará pronta para qualquer operação, a qualquer hora em qualquer lugar'.
O contra-almirante Joseph Kernan, comandante da IV Frota, atribui a esta 'funções pacíficas para atendimentos humanitários e combate ao narcotráfico'.
Ainda bem que, por proposta do presidente José Sarney, a ONU tornou o Atlântico Sul Zona de Paz, livre de armas nucleares. A Resolução 41/11 foi aprovada em 27.10.1986, por 126 votos a favor e um contra, o dos Estados Unidos.
Por tudo, modificar com base na experiência internacional a regulamentação da Lei do Petróleo torna-se imperativo de soberania nacional, principalmente agora que o Brasil ostenta a terceira maior reserva mundial dessa exponencial riqueza.
Decapitados e decapitadores
Decapitados e decapitadores
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio (editorial), 22 de julho de 2008
Num seriado da TV estatal britânica BBC, uma organização cristã "de extrema-direita", com nome sutilmente racista (White Wings, "Asas Brancas"), decapita um inocente muçulmano "politicamente moderado", sob o pretexto – oh, quão paranóico! – de que a tradição cristã do Reino Unido está sob ameaça.
Não sei precisamente a quantidade de cabeças cristãs que têm rolado no mundo islâmico nos últimos anos – várias dúzias, até onde acompanhei o noticiário –, mas sei o número exato de muçulmanos decapitados pelos cristãos, fundamentalistas ou não, no Ocidente ou no Oriente: zero.
Quando uma TV estatal decide chamar os decapitados de decapitadores, atribuir a eles o fanatismo sangrento daqueles que os matam e ainda acusá-los de paranóicos quando se sentem ameaçados, uma coisa é clara: o proprietário dessa TV está em guerra contra a religião dessas pessoas e, na ânsia de extingui-la, não se vexa de recorrer à calúnia deliberada e cínica. Quando esse próprietário é o governo de uma das nações mais poderosas do mundo, o risco que a comunidade visada está exposto não é nada pequeno. É pelo menos tão grande quanto a imaginária "White Wings" diz que é.
Semanas antes, quase ao mesmo tempo que o governo britânico legalizava a poligamia e autoridades judiciais proclamavam que a implantação da lei islâmica no Reino Unido era apenas uma questão de tempo, a BBC havia proibido seus redatores de usar o termo "ditador" para referir-se ao falecido Saddam Hussein, aquela gentil criatura que consolidou seu poder presidencial matando os deputados de oposição e depois espalhou cemitérios clandestinos por todo o Iraque, preenchendo as valas comuns com centenas de milhares de rebeldes e indesejáveis em geral.
Simultaneamente, uma pesquisa do American Textbook Council (v. www.worldnetdaily.com/index.php?pageId=63872) mostrou que os livros de História distribuídos na rede de escolas públicas dos EUA são francamente pró-islâmicos, enquanto toda expressão pró-cristã é ali cada vez mais desestimulada e reprimida sob todas as formas, incluindo expulsão, prisão e estágios obrigatórios de "reeducação da sensitividade".
Também quase ao mesmo tempo, a Suprema Corte dos EUA concede aos terroristas islâmicos presos em território estrangeiros os mesmos direitos dos cidadãos americanos, enquanto a grande mídia e os megabilionários globalistas conjugam esforços para eleger presidente dos EUA um muçulmano (relativamente) enrustido.
Mas, é claro, só um fanático militante da "White Wings" veria em tudo isso uma convergência entre os três grandes projetos de dominação mundial – o metacapitalista, o comunista e o islâmico – num esforço comum de realizar a velha meta do filósofo marxista Georg Lukács: destruir a civilização judaico-cristã.
"Judaico-cristã" não é só um modo de dizer. A guerra não é só contra os cristãos: a BBC tanto demonizou Israel que o governo de Tel-Aviv decidiu vetar a entrada de representantes dessa emissora nas entrevistas coletivas oficiais.
Claro: de que adianta contar tudo a repórteres que depois escrevem o contrário? De que adianta mostrar-lhes dezenas de bombas lançadas diariamente contra Israel se depois eles vão pintar toda e qualquer reação israelense, mesmo desproporcionalmente modesta, como se fosse uma iniciativa isolada, sem motivo, inspirada pela pura brutalidade?
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio (editorial), 22 de julho de 2008
Num seriado da TV estatal britânica BBC, uma organização cristã "de extrema-direita", com nome sutilmente racista (White Wings, "Asas Brancas"), decapita um inocente muçulmano "politicamente moderado", sob o pretexto – oh, quão paranóico! – de que a tradição cristã do Reino Unido está sob ameaça.
Não sei precisamente a quantidade de cabeças cristãs que têm rolado no mundo islâmico nos últimos anos – várias dúzias, até onde acompanhei o noticiário –, mas sei o número exato de muçulmanos decapitados pelos cristãos, fundamentalistas ou não, no Ocidente ou no Oriente: zero.
Quando uma TV estatal decide chamar os decapitados de decapitadores, atribuir a eles o fanatismo sangrento daqueles que os matam e ainda acusá-los de paranóicos quando se sentem ameaçados, uma coisa é clara: o proprietário dessa TV está em guerra contra a religião dessas pessoas e, na ânsia de extingui-la, não se vexa de recorrer à calúnia deliberada e cínica. Quando esse próprietário é o governo de uma das nações mais poderosas do mundo, o risco que a comunidade visada está exposto não é nada pequeno. É pelo menos tão grande quanto a imaginária "White Wings" diz que é.
Semanas antes, quase ao mesmo tempo que o governo britânico legalizava a poligamia e autoridades judiciais proclamavam que a implantação da lei islâmica no Reino Unido era apenas uma questão de tempo, a BBC havia proibido seus redatores de usar o termo "ditador" para referir-se ao falecido Saddam Hussein, aquela gentil criatura que consolidou seu poder presidencial matando os deputados de oposição e depois espalhou cemitérios clandestinos por todo o Iraque, preenchendo as valas comuns com centenas de milhares de rebeldes e indesejáveis em geral.
Simultaneamente, uma pesquisa do American Textbook Council (v. www.worldnetdaily.com/index.php?pageId=63872) mostrou que os livros de História distribuídos na rede de escolas públicas dos EUA são francamente pró-islâmicos, enquanto toda expressão pró-cristã é ali cada vez mais desestimulada e reprimida sob todas as formas, incluindo expulsão, prisão e estágios obrigatórios de "reeducação da sensitividade".
Também quase ao mesmo tempo, a Suprema Corte dos EUA concede aos terroristas islâmicos presos em território estrangeiros os mesmos direitos dos cidadãos americanos, enquanto a grande mídia e os megabilionários globalistas conjugam esforços para eleger presidente dos EUA um muçulmano (relativamente) enrustido.
Mas, é claro, só um fanático militante da "White Wings" veria em tudo isso uma convergência entre os três grandes projetos de dominação mundial – o metacapitalista, o comunista e o islâmico – num esforço comum de realizar a velha meta do filósofo marxista Georg Lukács: destruir a civilização judaico-cristã.
"Judaico-cristã" não é só um modo de dizer. A guerra não é só contra os cristãos: a BBC tanto demonizou Israel que o governo de Tel-Aviv decidiu vetar a entrada de representantes dessa emissora nas entrevistas coletivas oficiais.
Claro: de que adianta contar tudo a repórteres que depois escrevem o contrário? De que adianta mostrar-lhes dezenas de bombas lançadas diariamente contra Israel se depois eles vão pintar toda e qualquer reação israelense, mesmo desproporcionalmente modesta, como se fosse uma iniciativa isolada, sem motivo, inspirada pela pura brutalidade?
Marcadores:
Olavo de Carvalho White Wings islamismo
Falsificação endêmica
Falsificação endêmica
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 18 de julho de 2008
Antigamente o jornalismo era uma variante menor da ciência histórica. Documentando o presente, aplanava o caminho para os historiadores, dando-lhes um retrato aproximativo do "clima de opinião" da época e ao mesmo tempo indicando-lhes por alto as fontes primárias onde poderiam conferir a diferença, se houvesse, entre os fatos e sua imagem pública. Os métodos de pesquisa e averiguação usados por um bom repórter eram em essência os mesmos do investigador histórico, apenas praticados em escala mais modesta, apressada e superficial.
Desde que entrei na profissão, em 1965, ela mudou demais. Trocou de modelo. Já não imita a historiografia, mas o show business , a propaganda e o ativismo político.
O pouco de pesquisa que resta é instrumento auxiliar subordinado a esses três fins supremos: o jornal deve atrair e seduzir como um show erótico, gerar hábitos como uma campanha de marketing, moldar e controlar as mentalidades como uma escolinha de militantes, uma madrassa do PT. O fato mesmo de que esses três objetivos concorram entre si acaba criando uma impressão geral de equilíbrio, que o leitor toma como sinal de credibilidade, sem notar que todos os critérios antigos de veracidade – que as novas gerações nem chegaram a conhecer – foram cinicamente suprimidos do conjunto e que, na ordem do jornalismo atual, a última coisa que interessa é contar o que está acontecendo.
A mudança, ao menos no Brasil, não foi espontânea. O instrumento para realizá-la foi a obrigatoriedade do diploma universitário, que, colocando sob a batuta de uma reduzida elite de professores-doutrinadores a formação dos jornalistas, tornou praticamente inevitável a uniformização da sua mentalidade e a institucionalização de uma rede de cumplicidades solidárias, ao ponto de já não haver fraudes jornalísticas isoladas: os jornais e noticiários de TV mentem em uníssono, berrando ou silenciando em coro, com ritmo perfeito.
Ao longo dos meus artigos, tenho assinalado e documentado a infinidade de descalabros, de atentados à mais elementar exigência de veracidade, que se tornaram não só a prática usual mas a norma obrigatória no jornalismo nacional, incluido prêmios para os mentirosos devotos e castigos para os relapsos e recalcitrantes.
Sem mencionar de novo o caso do Foro de São Paulo – decerto a mais bem articulada operação-silêncio já registrada na mídia continental, conditio sine qua non da eleição de Lula em 2002 e de sua reeleição em 2006 –, ocorrem-me de memória alguns exemplos notáveis:
(1) A reportagem-denúncia de Caco Barcelos sobre um crime alegadamente cometido por militares do Exército, a qual, depois de bem provada a sua falsidade, recebeu não um, mais dois dos mais reputados prêmios jornalísticos nacionais (v. A vaca louca da história nacional).
(2) O "Observatório de Mídia da USP", montado com dinheiro público sob o pretexto de fiscalizar a objetividade do noticiário, mas que acabou se revelando apenas uma peça de um gigantesco esquema de propaganda esquerdista (v. Observatório de Mídia da USP: bilionário esquema de poder).
(3) A falsificação obstinada, pertinaz e grosseira de dados estatísticos para favorecer as campanhas apoiadas pela mídia, como desarmamentismo, aborto e gayzismo (v. A arte de mentir, Para além da covardia e Aritmética da fraude).
O pior de tudo é que, mesmo entre os leitores de elite, quase nenhum percebe a diferença entre esse estado de coisas e a quota de safadeza estrutural mínima, inerente ao jornalismo de todas as épocas. Mas a diferença é enorme. As fraudes jornalísticas antigas eram, por assim dizer, de iniciativa privada: cada jornal mentia conforme os interesses que lhe eram peculiares.
A concorrência neutralizava os abusos mais vistosos e forçava as empresas a respeitar uma certa margem de profissionalismo idôneo. Hoje em dia as grandes campanhas de falsificação atendem a pressões de interesses globais que se sobrepõem até mesmo às fronteiras de nações, quanto mais às disputas entre empresas, e que, para maior uniformismo ainda, coincidem no todo e nos detalhes com os anseios da militância esquerdista nas redações.
Mentir descaradamente em favor de causas como abortismo, gayzismo, anticristianismo, desarmamento civil, aquecimento global, indigenismo, etc., não é escolha desta ou daquela empresa individual: é imposição que vem muito de cima, dos organismos internacionais, das fundações bilionárias, e se espalha por toda parte através da rede onipresente de ONGs. É a mentira total, avassaladora, cínica e prepotente, imune aos clamores mais justos e mais óbvios da consciência moral.
Nem todo mundo, é certo, se deixa enganar por essa endemia de fraudes. A expansão do jornalismo eletrônico reflete a desconfiança geral ante a "grande mídia", mas seu poder é limitado, sobretudo porque a espontaneidade de milhões de reações isoladas vem sendo gradativamente substituída por tentativas de controlar o universo bloguístico desde os centros orientadores da mudança global, através de restrições legais, da concentração administrativa e da bem subsidiada malha de ONGs.
O resultado é que mesmo as classes cultas acabam ignorando os fatos mais decisivos, vivendo à margem da realidade. Vou lhes dar três exemplos. São, objetivamente falando, as notícias mais importantes da semana, pelas conseqüências históricas descomunais que acabarão fatalmente desencadeando mas cedo ou mais tarde. Mas vocês não as encontrarão, ao menos com o destaque devido, nem na Folha , nem no Globo , nem no Estadão , nem no Jornal Nacional , nem em parte alguma da "grande mídia" brasileira. Se vocês não têm por hábito pesquisar o jornalismo eletrônico e as fontes primárias, não ficarão sabendo delas – e de muitas outras – de maneira alguma, e atravessarão a história atual como sonâmbulos num bombardeio.
1. A Rússia ameaça reagir militarmente a um acordo que expande para a República Checa o sistema americano de defesas nucleares. A notícia saiu dia 9 na edição eletrônica do Times de Londres.
2. Está para entrar em discussão na ONU um regulamento que proíbe, sumariamente, qualquer crítica à religião islâmica em todo o mundo. Informalmente, essa proibição já está em vigor em alguns países, graças ao fato de que as organizações islâmicas, no Ocidente, recorrem usualmente aos meios judiciais para calar a boca de seus críticos, ao passo que, nas próprias nações islâmicas, qualquer ataque à religião oficial é punido com pena de morte (v. U.N. scheme to make Christians criminals).
3. Bradley LaShawn Fowler, um homossexual de 39 anos, de Canton, Michigan, está processando as editoras cristãs Zondervan e Thomas Nelson, pedindo uma indenização de 70 milhões de dólares pelo "sofrimento emocional" que a leitura de trechos anti-homossexuais da Bíblia lhe teria causado (v. 'Gay' man sues Bible publishers). Fowler não é um maluco isolado: ele tem um blog no site de campanha do senador Barack Obama e tudo sugere que outros militantes homossexuais seguirão o exemplo do seu processo, depois de tantos artifícios judiciais já usados, nos EUA, no Canadá e na Europa, para criminalizar primeiro a leitura em voz alta da Bíblia em recinto público, em seguida a sua simples publicação em livro.
A primeira notícia torna evidente que a Rússia ainda considera a República Checa um país-satélite e está disposta a partir para a guerra em defesa das antigas fronteiras soviéticas nominalmente abolidas. Pela enésima vez, confirmam-se os prognósticos que o ex-agente da KGB, Anatoliy Golitsyn, fez em 1984 no seu livro New Lies for Old . A Guerra Fria jamais terminou, exceto na mídia elegante e nas conversas de salão.
A segunda e a terceira notícias mostram que a campanha global anticristã está cada vez mais articulada e agressiva, caracterizando uma perseguição religiosa que ainda uns anos atrás pareceria inverossímil.
Quando li pela primeira vez o anúncio dessa perseguição no livro de Don McAlvany, Storm Warning. The Coming Persecution of Christians and Traditionalists in America (Oklahoma City, Hearthstone Publishing, 1999), achei que era exagero. Depois li Persecution. How Liberals Are Waging War Against Christianity (Washington D.C. , Regnery, 2003) e pensei que estava na hora de fazer minhas próprias pesquisas. Coletei 280 páginas de notícias que eliminavam qualquer possibilidade de dúvida (Perseguição anticristã nos EUA: mostruário de notícias; o dossiê vai só até 2004, e já é de arrepiar os cabelos). Por fim li The Criminalization of Christianity , de Janet L. Folger (Sisters, Oregon, Multnomah Publishers, 2005) e entendi que não se tratava apenas de uma tendência geral, mas de um movimento articulado, poderosíssimo – e, por isso mesmo, obsequiosamente ausente das páginas do New York Times , da Folha ou do Globo .
Quem quer que recuse atenção a este assunto ou o despreze com base no costumeiro argumentum ad ignorantiam , imaginando que o que não está na grande mídia não existe ou não tem importância, faz isso com risco próprio. Depois não diga que não o avisei.
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 18 de julho de 2008
Antigamente o jornalismo era uma variante menor da ciência histórica. Documentando o presente, aplanava o caminho para os historiadores, dando-lhes um retrato aproximativo do "clima de opinião" da época e ao mesmo tempo indicando-lhes por alto as fontes primárias onde poderiam conferir a diferença, se houvesse, entre os fatos e sua imagem pública. Os métodos de pesquisa e averiguação usados por um bom repórter eram em essência os mesmos do investigador histórico, apenas praticados em escala mais modesta, apressada e superficial.
Desde que entrei na profissão, em 1965, ela mudou demais. Trocou de modelo. Já não imita a historiografia, mas o show business , a propaganda e o ativismo político.
O pouco de pesquisa que resta é instrumento auxiliar subordinado a esses três fins supremos: o jornal deve atrair e seduzir como um show erótico, gerar hábitos como uma campanha de marketing, moldar e controlar as mentalidades como uma escolinha de militantes, uma madrassa do PT. O fato mesmo de que esses três objetivos concorram entre si acaba criando uma impressão geral de equilíbrio, que o leitor toma como sinal de credibilidade, sem notar que todos os critérios antigos de veracidade – que as novas gerações nem chegaram a conhecer – foram cinicamente suprimidos do conjunto e que, na ordem do jornalismo atual, a última coisa que interessa é contar o que está acontecendo.
A mudança, ao menos no Brasil, não foi espontânea. O instrumento para realizá-la foi a obrigatoriedade do diploma universitário, que, colocando sob a batuta de uma reduzida elite de professores-doutrinadores a formação dos jornalistas, tornou praticamente inevitável a uniformização da sua mentalidade e a institucionalização de uma rede de cumplicidades solidárias, ao ponto de já não haver fraudes jornalísticas isoladas: os jornais e noticiários de TV mentem em uníssono, berrando ou silenciando em coro, com ritmo perfeito.
Ao longo dos meus artigos, tenho assinalado e documentado a infinidade de descalabros, de atentados à mais elementar exigência de veracidade, que se tornaram não só a prática usual mas a norma obrigatória no jornalismo nacional, incluido prêmios para os mentirosos devotos e castigos para os relapsos e recalcitrantes.
Sem mencionar de novo o caso do Foro de São Paulo – decerto a mais bem articulada operação-silêncio já registrada na mídia continental, conditio sine qua non da eleição de Lula em 2002 e de sua reeleição em 2006 –, ocorrem-me de memória alguns exemplos notáveis:
(1) A reportagem-denúncia de Caco Barcelos sobre um crime alegadamente cometido por militares do Exército, a qual, depois de bem provada a sua falsidade, recebeu não um, mais dois dos mais reputados prêmios jornalísticos nacionais (v. A vaca louca da história nacional).
(2) O "Observatório de Mídia da USP", montado com dinheiro público sob o pretexto de fiscalizar a objetividade do noticiário, mas que acabou se revelando apenas uma peça de um gigantesco esquema de propaganda esquerdista (v. Observatório de Mídia da USP: bilionário esquema de poder).
(3) A falsificação obstinada, pertinaz e grosseira de dados estatísticos para favorecer as campanhas apoiadas pela mídia, como desarmamentismo, aborto e gayzismo (v. A arte de mentir, Para além da covardia e Aritmética da fraude).
O pior de tudo é que, mesmo entre os leitores de elite, quase nenhum percebe a diferença entre esse estado de coisas e a quota de safadeza estrutural mínima, inerente ao jornalismo de todas as épocas. Mas a diferença é enorme. As fraudes jornalísticas antigas eram, por assim dizer, de iniciativa privada: cada jornal mentia conforme os interesses que lhe eram peculiares.
A concorrência neutralizava os abusos mais vistosos e forçava as empresas a respeitar uma certa margem de profissionalismo idôneo. Hoje em dia as grandes campanhas de falsificação atendem a pressões de interesses globais que se sobrepõem até mesmo às fronteiras de nações, quanto mais às disputas entre empresas, e que, para maior uniformismo ainda, coincidem no todo e nos detalhes com os anseios da militância esquerdista nas redações.
Mentir descaradamente em favor de causas como abortismo, gayzismo, anticristianismo, desarmamento civil, aquecimento global, indigenismo, etc., não é escolha desta ou daquela empresa individual: é imposição que vem muito de cima, dos organismos internacionais, das fundações bilionárias, e se espalha por toda parte através da rede onipresente de ONGs. É a mentira total, avassaladora, cínica e prepotente, imune aos clamores mais justos e mais óbvios da consciência moral.
Nem todo mundo, é certo, se deixa enganar por essa endemia de fraudes. A expansão do jornalismo eletrônico reflete a desconfiança geral ante a "grande mídia", mas seu poder é limitado, sobretudo porque a espontaneidade de milhões de reações isoladas vem sendo gradativamente substituída por tentativas de controlar o universo bloguístico desde os centros orientadores da mudança global, através de restrições legais, da concentração administrativa e da bem subsidiada malha de ONGs.
O resultado é que mesmo as classes cultas acabam ignorando os fatos mais decisivos, vivendo à margem da realidade. Vou lhes dar três exemplos. São, objetivamente falando, as notícias mais importantes da semana, pelas conseqüências históricas descomunais que acabarão fatalmente desencadeando mas cedo ou mais tarde. Mas vocês não as encontrarão, ao menos com o destaque devido, nem na Folha , nem no Globo , nem no Estadão , nem no Jornal Nacional , nem em parte alguma da "grande mídia" brasileira. Se vocês não têm por hábito pesquisar o jornalismo eletrônico e as fontes primárias, não ficarão sabendo delas – e de muitas outras – de maneira alguma, e atravessarão a história atual como sonâmbulos num bombardeio.
1. A Rússia ameaça reagir militarmente a um acordo que expande para a República Checa o sistema americano de defesas nucleares. A notícia saiu dia 9 na edição eletrônica do Times de Londres.
2. Está para entrar em discussão na ONU um regulamento que proíbe, sumariamente, qualquer crítica à religião islâmica em todo o mundo. Informalmente, essa proibição já está em vigor em alguns países, graças ao fato de que as organizações islâmicas, no Ocidente, recorrem usualmente aos meios judiciais para calar a boca de seus críticos, ao passo que, nas próprias nações islâmicas, qualquer ataque à religião oficial é punido com pena de morte (v. U.N. scheme to make Christians criminals).
3. Bradley LaShawn Fowler, um homossexual de 39 anos, de Canton, Michigan, está processando as editoras cristãs Zondervan e Thomas Nelson, pedindo uma indenização de 70 milhões de dólares pelo "sofrimento emocional" que a leitura de trechos anti-homossexuais da Bíblia lhe teria causado (v. 'Gay' man sues Bible publishers). Fowler não é um maluco isolado: ele tem um blog no site de campanha do senador Barack Obama e tudo sugere que outros militantes homossexuais seguirão o exemplo do seu processo, depois de tantos artifícios judiciais já usados, nos EUA, no Canadá e na Europa, para criminalizar primeiro a leitura em voz alta da Bíblia em recinto público, em seguida a sua simples publicação em livro.
A primeira notícia torna evidente que a Rússia ainda considera a República Checa um país-satélite e está disposta a partir para a guerra em defesa das antigas fronteiras soviéticas nominalmente abolidas. Pela enésima vez, confirmam-se os prognósticos que o ex-agente da KGB, Anatoliy Golitsyn, fez em 1984 no seu livro New Lies for Old . A Guerra Fria jamais terminou, exceto na mídia elegante e nas conversas de salão.
A segunda e a terceira notícias mostram que a campanha global anticristã está cada vez mais articulada e agressiva, caracterizando uma perseguição religiosa que ainda uns anos atrás pareceria inverossímil.
Quando li pela primeira vez o anúncio dessa perseguição no livro de Don McAlvany, Storm Warning. The Coming Persecution of Christians and Traditionalists in America (Oklahoma City, Hearthstone Publishing, 1999), achei que era exagero. Depois li Persecution. How Liberals Are Waging War Against Christianity (Washington D.C. , Regnery, 2003) e pensei que estava na hora de fazer minhas próprias pesquisas. Coletei 280 páginas de notícias que eliminavam qualquer possibilidade de dúvida (Perseguição anticristã nos EUA: mostruário de notícias; o dossiê vai só até 2004, e já é de arrepiar os cabelos). Por fim li The Criminalization of Christianity , de Janet L. Folger (Sisters, Oregon, Multnomah Publishers, 2005) e entendi que não se tratava apenas de uma tendência geral, mas de um movimento articulado, poderosíssimo – e, por isso mesmo, obsequiosamente ausente das páginas do New York Times , da Folha ou do Globo .
Quem quer que recuse atenção a este assunto ou o despreze com base no costumeiro argumentum ad ignorantiam , imaginando que o que não está na grande mídia não existe ou não tem importância, faz isso com risco próprio. Depois não diga que não o avisei.
Marcadores:
PT Foro de São Paulo Olavo de Carvalho
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Gilmar Mendes - O MINISTRO PASTÃO
Da internet...
Gilmar Mendes - O MINISTRO PASTÃO
Laerte Braga
A despeito da lua nova, os moradores da zona rural de Tauá, no Ceará, estão preocupados e assustados com um lobisomem que furta ovelhas e arromba residências na região. Já duas ocorrências foram registradas pela Polícia Civil e um dos moradores que viu o "meio homem, meio lobo", afirma ter sentido um forte cheiro de enxofre.
As descrições coincidem com as características do indivíduo gilmar mendes, metade tucano, metade dantas, que em menos de três dias garantiu o sossego dos chefes e mantém acuadas ovelhas que acreditam em "flores vencendo canhão".
O jurista Dalmo Dalari Abreu, um dos mais conceituados do País, escreveu em 2002, quando gilmar mendes foi indicado para ocupar uma vaga no STF, que gilmar não tinha condições mínimas nem de conhecimento jurídico, nem morais, para o cargo. À época era ministro do governo de FHV (Fernando Henrique Vende). Notável saber jurídico e reputação ilibada são pré requisitos para o cargo. Ou eram. Depois de marco aurélio mello e ellen gracie, começaram as dúvidas sobre a observância a esse princípio constitucional. Com a indicação de gilmar mendes as dúvidas sumiram.
Quando da CPI dos Correios e do Mensalão foi aprovado um requerimento para que deputados e senadores tivessem acesso ao disco rígido de um computador do banco de Dantas, o Opportunity, apreendido pela Polícia Federal durante a operação Chacal. A operação investigou a espionagem da Kroll Associates a membros do Governo.
Esse disco rígido é o mesmo que permitiu a operação Satiagraha. À época, a ministra ellen gracie concedeu liminar num mandado de segurança impetrado por Daniel Dantas para impedir que as informações chegassem aos integrantes da CPI.
Não se sabe de indignação da GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc, com a decisão da ministra (a que comprou uma banheira de hidromassagens para seu apartamento funcional com verba pública) e que impediu que a totalidade dos dados sobre a corrupção no esquema viesse a ser público. Dantas foi blindado pela ministra, que, por sua vez, foi para a tal corte suprema indicada por FHV (Fernando Henrique Vende).
Nessa mesma CPI, em 20 de setembro de 2005, Daniel Dantas obteve o habeas corpus nº 86 724, que lhe assegurava o direito a "não auto incriminação", ou seja, deixar de responder a determinadas perguntas que julgasse prejudiciais na CPI dos Correios e do Mensalão. Relator do habeas corpus? gilmar mendes.
Verônica Rodenburg, irmão de Dantas, foi sócia de Verônica Serra, filha do governador de São Paulo, José Propina Serra, na firma de consultoria DECIDIR. A empresa existe ainda, está registrada em Miami, desde 3 (três) de maio de 2000 sob o número P00000044377.
A empresa além de lavar dinheiro de Dantas para as campanhas do PSDB atua Argentina, Chile, México e Venezuela, além do Brasil óbvio, onde oferece "serviços" que incluem a área de licitações públicas. No site da DECIDIR está lá: "encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado".
Só não fala, evidente, no por fora. Esse é por fora mesmo.
Trechos do artigo do jurista Dalmo Dalari, publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 8 de maio de 2002.
Sobre o Estado democrático
"Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais".
Sobre a indicação de gilmar mendes
"Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha inadequada".
E definitivo sobre o ministro corrupto
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Se o presidente Lula e o ministro da Justiça tiverem o mínimo respeito por si e pelos brasileiros, demitem o superintendente da Polícia Federal. Tentou de todas as formas evitar qualquer ação contra Daniel Dantas, sabotou o trabalho do delegado Protógenes Pinheiro de Queiroz, despertando revolta e indignação entre os policiais federais de todo o País, levando-os a contribuir voluntariamente para a operação Satiagraha.
A repugnância diante de tanta podridão exige uma resposta imediato do presidente da República. Uma coisa é cumprir a decisão judicial de um ministro corrupto, sabidamente corrupto (há de envergonhar, pelo menos se espera, ministros decentes), outra coisa é aceitá-la, sabendo que por trás de cada gesto ou ação de gilmar mendes existe um ato de bandidagem a serviço dos tucanos e do esquema de FHV (Fernando Henrique Vende) e José Propina Serra.
O esquema chega ao PT? E daí? O partido do presidente tem que ser responsável por seus atos. O presidente é que não pode ser omitir-se diante de tantas bandalheiras. Não é presidente do PT, é presidente do Brasil.
O protesto de juízes, promotores, procuradores e do sindicato de policiais federais mostra que sobrevive a duras penas diante de figuras repulsivas como gilmar mendes a dignidade em vários bastiões de resistência do Judiciário.
Que a mídia, toda a grande mídia sem exceção, VEJA passou recibo em todas as acusações, é porta-voz oficial das grandes máfias brasileiras, dentre elas a de Dantas (manda as matérias prontas de seu escritório), tente encobrir, tente mentir como faz costumeiramente d. Miriam Leitão, é natural. Não são jornalistas no sentido lato da palavra, são empregados de Dantas, recebem de Dantas. Lhes falta caráter para o exercício da profissão ou de qualquer outra.
São seres abjetos. Fazem parte do time que deixa fazer, pois há sempre um Dantas, não importa se Pastinha ou Pastão que faz.
É hora de buscar democracia de fato, no sentido absoluto da palavra (não existe democracia), é hora de enfrentar essa máquina podre e fétida que controla o Estado brasileiro, montada sob o epíteto de neoliberalismo.
Esperar pelas tropas do general Heleno para garantir a soberania nacional e a integridade do território nacional como gosta de dizer culpando os índios é bobagem. O general é um deles, como foram os generais de 1964.
E nem é o caso. O que há de fato é um golpe de estado e o presidente daquilo que já foi a corte suprema virou o dono do País.
Ou fora gilmar mendes ou é melhor Lula pegar o boné e ir para casa. Passa a ser figura decorativa.
O Judiciário do juiz Fausto de Sanctis é com letra maiúscula. O de gilmar mendes é minúsculo.
Gilmar Mendes - O MINISTRO PASTÃO
Laerte Braga
A despeito da lua nova, os moradores da zona rural de Tauá, no Ceará, estão preocupados e assustados com um lobisomem que furta ovelhas e arromba residências na região. Já duas ocorrências foram registradas pela Polícia Civil e um dos moradores que viu o "meio homem, meio lobo", afirma ter sentido um forte cheiro de enxofre.
As descrições coincidem com as características do indivíduo gilmar mendes, metade tucano, metade dantas, que em menos de três dias garantiu o sossego dos chefes e mantém acuadas ovelhas que acreditam em "flores vencendo canhão".
O jurista Dalmo Dalari Abreu, um dos mais conceituados do País, escreveu em 2002, quando gilmar mendes foi indicado para ocupar uma vaga no STF, que gilmar não tinha condições mínimas nem de conhecimento jurídico, nem morais, para o cargo. À época era ministro do governo de FHV (Fernando Henrique Vende). Notável saber jurídico e reputação ilibada são pré requisitos para o cargo. Ou eram. Depois de marco aurélio mello e ellen gracie, começaram as dúvidas sobre a observância a esse princípio constitucional. Com a indicação de gilmar mendes as dúvidas sumiram.
Quando da CPI dos Correios e do Mensalão foi aprovado um requerimento para que deputados e senadores tivessem acesso ao disco rígido de um computador do banco de Dantas, o Opportunity, apreendido pela Polícia Federal durante a operação Chacal. A operação investigou a espionagem da Kroll Associates a membros do Governo.
Esse disco rígido é o mesmo que permitiu a operação Satiagraha. À época, a ministra ellen gracie concedeu liminar num mandado de segurança impetrado por Daniel Dantas para impedir que as informações chegassem aos integrantes da CPI.
Não se sabe de indignação da GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc, com a decisão da ministra (a que comprou uma banheira de hidromassagens para seu apartamento funcional com verba pública) e que impediu que a totalidade dos dados sobre a corrupção no esquema viesse a ser público. Dantas foi blindado pela ministra, que, por sua vez, foi para a tal corte suprema indicada por FHV (Fernando Henrique Vende).
Nessa mesma CPI, em 20 de setembro de 2005, Daniel Dantas obteve o habeas corpus nº 86 724, que lhe assegurava o direito a "não auto incriminação", ou seja, deixar de responder a determinadas perguntas que julgasse prejudiciais na CPI dos Correios e do Mensalão. Relator do habeas corpus? gilmar mendes.
Verônica Rodenburg, irmão de Dantas, foi sócia de Verônica Serra, filha do governador de São Paulo, José Propina Serra, na firma de consultoria DECIDIR. A empresa existe ainda, está registrada em Miami, desde 3 (três) de maio de 2000 sob o número P00000044377.
A empresa além de lavar dinheiro de Dantas para as campanhas do PSDB atua Argentina, Chile, México e Venezuela, além do Brasil óbvio, onde oferece "serviços" que incluem a área de licitações públicas. No site da DECIDIR está lá: "encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado".
Só não fala, evidente, no por fora. Esse é por fora mesmo.
Trechos do artigo do jurista Dalmo Dalari, publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 8 de maio de 2002.
Sobre o Estado democrático
"Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais".
Sobre a indicação de gilmar mendes
"Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha inadequada".
E definitivo sobre o ministro corrupto
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Se o presidente Lula e o ministro da Justiça tiverem o mínimo respeito por si e pelos brasileiros, demitem o superintendente da Polícia Federal. Tentou de todas as formas evitar qualquer ação contra Daniel Dantas, sabotou o trabalho do delegado Protógenes Pinheiro de Queiroz, despertando revolta e indignação entre os policiais federais de todo o País, levando-os a contribuir voluntariamente para a operação Satiagraha.
A repugnância diante de tanta podridão exige uma resposta imediato do presidente da República. Uma coisa é cumprir a decisão judicial de um ministro corrupto, sabidamente corrupto (há de envergonhar, pelo menos se espera, ministros decentes), outra coisa é aceitá-la, sabendo que por trás de cada gesto ou ação de gilmar mendes existe um ato de bandidagem a serviço dos tucanos e do esquema de FHV (Fernando Henrique Vende) e José Propina Serra.
O esquema chega ao PT? E daí? O partido do presidente tem que ser responsável por seus atos. O presidente é que não pode ser omitir-se diante de tantas bandalheiras. Não é presidente do PT, é presidente do Brasil.
O protesto de juízes, promotores, procuradores e do sindicato de policiais federais mostra que sobrevive a duras penas diante de figuras repulsivas como gilmar mendes a dignidade em vários bastiões de resistência do Judiciário.
Que a mídia, toda a grande mídia sem exceção, VEJA passou recibo em todas as acusações, é porta-voz oficial das grandes máfias brasileiras, dentre elas a de Dantas (manda as matérias prontas de seu escritório), tente encobrir, tente mentir como faz costumeiramente d. Miriam Leitão, é natural. Não são jornalistas no sentido lato da palavra, são empregados de Dantas, recebem de Dantas. Lhes falta caráter para o exercício da profissão ou de qualquer outra.
São seres abjetos. Fazem parte do time que deixa fazer, pois há sempre um Dantas, não importa se Pastinha ou Pastão que faz.
É hora de buscar democracia de fato, no sentido absoluto da palavra (não existe democracia), é hora de enfrentar essa máquina podre e fétida que controla o Estado brasileiro, montada sob o epíteto de neoliberalismo.
Esperar pelas tropas do general Heleno para garantir a soberania nacional e a integridade do território nacional como gosta de dizer culpando os índios é bobagem. O general é um deles, como foram os generais de 1964.
E nem é o caso. O que há de fato é um golpe de estado e o presidente daquilo que já foi a corte suprema virou o dono do País.
Ou fora gilmar mendes ou é melhor Lula pegar o boné e ir para casa. Passa a ser figura decorativa.
O Judiciário do juiz Fausto de Sanctis é com letra maiúscula. O de gilmar mendes é minúsculo.
POR QUE GILMAR LIVROU DANTAS?
Vamos ver como andou se comportando o banqueiro Daniel Dantas:
1 - Dantas pagou R$ 8,5 milhões ao advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Cacai, amigo de José Dirceu. De fato, quem advogou para ele foi José Oliveira Lima, também chapa do ex-ministro, por R$ 1 milhão. O pagamento a Cacai foi, sei lá, uma espécie de deferência;
2 - Dantas pagou, por meio da Brasil Telecom, R$ 1 milhão de reais a título de honorários advocatícios, a Roberto Teixeira. Sim, o Primeiro-Compadre, aquele da Varig;
3 - Antes de a Gamecorp, de Lulinha, fechar o acordo milionário com a Telemar (atual Oi), Dantas pagava à empresa do filho do presidente e sua trupe R$ 100 mil mensais para que fornecessem conteúdo para o portal de internet da Brasil Telecom;
4 - Dantas pôs em sua folha de pagamentos a agência Matisse, de propriedade de Paulo de Tarso Santos, petista histórico e marqueteiro das campanhas de Lula em 1989 e 1994. A Matisse foi contratada para "reposicionar" a marca da Brasil Telecom. Mas o que fez mesmo foi ajudar a "reposicionar" Dantas frente ao governo petista;
5 - Dantas conseguiu emplacar no governo o ministro Mangabeira Unger, que contratara como consultor e trustee da Brasil Telecom, quando era controlada pelo Banco Opportunity. Mangabeira recebeu US$ 2 milhões;
6 - Dantas contratou, sabe-se agora, Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico. Não se conhecia a sua intimidade com esse ramo de negócios;
7 - Dantas contratou a agência de Marcos Valério, o notório operador do mensalão.
Dantas fez negócio, portanto:
- com o filho do presidente;
- com o compadre do presidente;
- com o ministro do presidente;
- com os chapas do ex-ministro forte do presidente;
- com o publicitário do presidente.
E tudo, como se vê, no governo do PT.
Agora, não sejamos maldosos e injustos: Lula não sabia de nada!
Fonte: http://forum.infomoney.com.br/viewtopic.php?t=7119&start=735&sid=28d72eea67a608aec3e161b63df416b4
1 - Dantas pagou R$ 8,5 milhões ao advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Cacai, amigo de José Dirceu. De fato, quem advogou para ele foi José Oliveira Lima, também chapa do ex-ministro, por R$ 1 milhão. O pagamento a Cacai foi, sei lá, uma espécie de deferência;
2 - Dantas pagou, por meio da Brasil Telecom, R$ 1 milhão de reais a título de honorários advocatícios, a Roberto Teixeira. Sim, o Primeiro-Compadre, aquele da Varig;
3 - Antes de a Gamecorp, de Lulinha, fechar o acordo milionário com a Telemar (atual Oi), Dantas pagava à empresa do filho do presidente e sua trupe R$ 100 mil mensais para que fornecessem conteúdo para o portal de internet da Brasil Telecom;
4 - Dantas pôs em sua folha de pagamentos a agência Matisse, de propriedade de Paulo de Tarso Santos, petista histórico e marqueteiro das campanhas de Lula em 1989 e 1994. A Matisse foi contratada para "reposicionar" a marca da Brasil Telecom. Mas o que fez mesmo foi ajudar a "reposicionar" Dantas frente ao governo petista;
5 - Dantas conseguiu emplacar no governo o ministro Mangabeira Unger, que contratara como consultor e trustee da Brasil Telecom, quando era controlada pelo Banco Opportunity. Mangabeira recebeu US$ 2 milhões;
6 - Dantas contratou, sabe-se agora, Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico. Não se conhecia a sua intimidade com esse ramo de negócios;
7 - Dantas contratou a agência de Marcos Valério, o notório operador do mensalão.
Dantas fez negócio, portanto:
- com o filho do presidente;
- com o compadre do presidente;
- com o ministro do presidente;
- com os chapas do ex-ministro forte do presidente;
- com o publicitário do presidente.
E tudo, como se vê, no governo do PT.
Agora, não sejamos maldosos e injustos: Lula não sabia de nada!
Fonte: http://forum.infomoney.com.br/viewtopic.php?t=7119&start=735&sid=28d72eea67a608aec3e161b63df416b4
sábado, 19 de julho de 2008
As contas do marido de Marta Suplicy em Cayman
Eis os números, para inicio de conversa: as contas 60.356356086 e 60.356356199, do Trade Link Bank nas Ilhas Cayman. São controladas por Luis Favre, marido de Marta Suplicy. Eis a história:
Por HUGO STUDART
Felipe Belisario Wermus, argentino por nascimento e cidadão francês por adoção, é personagem central das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Você o conhece, prezado leitor, mas por outro nome Luís Favre – codinome pelo qual Felipe é chamado nos bastidores da esquerda brasileira. Companheiro da candidata do PT à prefeitura, Marta Suplicy, Favre é seu braço direito, melhor amigo, amado, confidente, conselheiro-chefe, estrategista-mor, tesoureiro-oculto. Favre é o principal baluarte de Marta. É também seu ponto mais fraco.
A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo têm informações explosivas sobre o companheiro de Marta Suplicy. A suspeita é a de que um senhor chamado Felipe Belisário Wermus seria o principal elo entre o PT e um esquema internacional de arrecadação de dinheiro a partir dos serviços de coleta de lixo nas capitais brasileiras. Esse esquema teria funcionado em prefeituras controladas pelo PT, como São Bernardo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campinas e São Paulo. A Vega, multinacional francesa de serviços, seria o elo empresarial do esquema.
A PF suspeita que a Vega controle um grupo de empreiteiras que ganham licitações superfaturadas para a coleta de lixo. Em média, 10% de superfaturamento, sendo 5% para as empreiteiras, e 5% para o caixa do PT. Esse dinheiro era todo repassado ao doleiro Toninho da Barcelona, que o depositava em contas em paraísos fiscais controladas por um tal Felipe Belisario Wermus. Esse dinheiro voltava ao Brasil também por intermédio de Barcelona.
As autoridades têm os bancos e os números das contas no exterior, publicadas abaixo. O esquema teria sido montado antes da eleição presidencial de 2002. Se Delúbio Soares e Marcos Valério montaram o Caixa Dois do PT no governo Lula, estamos diante da suspeita de que Luís Favre, hoje favorito para se tornar o primeiro-companheiro de São Paulo, caso Marta seja eleita, tenha montado o Caixa Zero.
Vamos aos fatos:
A PRISÃO DE DOLEIRO
Foi doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, quem começou a revelar essa história. Ele foi preso em 2004, numa daquelas operações da Polícia Federal de caça-doleiros, a Farol da Colina. Revelou que trocou dólares por reais, entre 1998 e 2002, para diversos dirigentes petistas, entre eles o deputado federal José Dirceu, então presidente do partido. Que fez remessas de dólares para inúmeros empresários e figurões paulistas, como o advogado Márcio Thomaz Bastos (ministro da Justiça por ocasião da sua prisão). E prometeu fazer revelações sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT, e o suposto esquema de cobrança de propina de empresas de ônibus da cidade.
Em seguida Claramunt pediu proteção de vida à PF e silenciou, aguardando pela negociação de uma delação premiada para o Ministério Público. Eis que estoura um caso bem maior, o do mensalão de Dirceu, Delúbio e Marcos Valério. E Claramunt fica meio esquecido numa cela da PF em São Paulo. E a cada dia que passa, é tomado pelo medo de ser vítima de uma queima de arquivo.
Foi nesse contexto que Claramunt se abre com seu companheiro de cárcere. Ato contínuo, escreve cartas para sua mulher, em hebraico (ele é judeu), revelando tudo o que sabia do esquema do lixo do PT. E fornecendo, inclusive, os números de duas contas que Felipe Belisário Wermus mantinha em paraísos fiscais.
MEMÓRIAS DO CÁRCERE
Evaldo Rui Vicentini era o companheiro de cárcere de Antônio Claramunt. Velho militante comunista, ex- tesoureiro do PCB (hoje PPS) em São Paulo, Vicentini fora preso sob a acusação de participar de um outro esquema de evasão de divisas. Se diz inocente. Ele acabou se transformando no principal confidente do doleiro. Conversei com Vicentini logo depois que ele saiu da cadeia, em 2005. Ele me revelou uma história escabrosa sobre o companheiro de Marta Suplicy. Mas como na ocasião ele não tinha documentos, só o testemunho oral, meu chefe na revista IstoÉ, onde eu trabalhava, preferiu não publicar. Eis os principais pontos da história contada por Claramunt a Vicentini:
a) Claramunt enviava dinheiro do Caixa Dois do PT para paraísos fiscais no exterior. O contato dele no Brasil era Luis Favre. Ele criou duas contas no exterior para Favre, ambas com seu nome verdadeiro, Felipe Belisário Wermus. O dinheiro era repassado para o Trade Link Bank, agência Miami, e de lá repassado a Wermus.
b) Esse dinheiro vinha de superfaturamento da coleta de lixo em prefeituras administradas pelo PT. O superfaturamento era de 10%, metade para o PT, metade para as empreiteiras. Vicentini citou na ocasião as prefeituras de São Bernardo, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia, Recife, e Brasília, todas petistas (Brasília não é prefeitura mas, no caso da coleta de lixo, funciona como se fosse).
c) Uma empresa francesa, a Vega (que chegou ao Brasil com o nome de Vega Sopave), era a chefe do esquema. Todas as concorrências dessas prefeituras do PT eram vencidas ou pela Vega ou por um consórcio de empresas laranjas da Vega.
d) A Veja Ambientales, holding latino-americana da Vega no Brasil e que pertence ao grupo franco-argentino Arcelor, tem sede no Uruguai. É administrada por uma empresa chamada Pozadas, Pozadas & Vecino. O procurador da Vega Ambientales é o Sr. Jorge Altamira. Mais uma coincidência: Jorge Altamira é o codinome de Saul Belisario Wermus, irmão de Favre, e conhecido dirigente de uma facção trotsquista argentina fundada por J.Posadas.
Vicentini também revelou essa história, em detalhes, a uma companheira de partido, a deputada Denise Frossard, PPS-RJ, que a repassou para o Ministério Público.
CARTAS DO DOLEIRO À MULHER
Em agosto de 2005, quando o escândalo do mensalão estava em seu ápice, os repórteres Ugo Braga e Lúcio Lambranho, do Correio Braziliense, publicaram uma reportagem relevante, Os dois descobriram que, além de fazer confidências ao companheiro de cárcere, Antônio Claramunt enviou uma série de cartas e bilhetes à sua mulher Patrícia, todas em hebraico, que compunham um precioso mosaico. Os repórteres conversaram com os guardiões das correspondências, que deveriam ser reveladas caso o doleiro fosse assassinado. Na época, em meio a dólares em cuecas, a matéria acabou não chamando a atenção. Eis as principais informações:
1) O esquema começava com a cobrança de propinas ou superfaturamento de contratos, como os de coleta de lixo ou obras públicas, nas cidades administradas pelo PT – Santo André, Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, Recife, Porto Alegre. E cresceu a partir de 2003 com operações nos fundos de pensão ligados às empresas estatais.
2) O dinheiro dado “por fora” ao partido era encoberto com a emissão de notas fiscais frias de empresas ligadas ao esquema – Avencar Turismo Ltda., KLT Agência de Viagens, Appolo Câmbio e Lumina Empreendimentos Ltda. São as mais citadas.
3) Estas notas eram entregues pelos doleiros – além de Toninho Barcelona faziam parte Raul Henrique Sraur e Richard André Waterloo – às empresas achacadas, que com elas poderiam justificar a saída contábil da propina de seus caixas mundo afora. A partir daí, iniciava-se uma cadeia financeira que podia ser percorrida ao longo de um único dia – operações chamadas day trade – via computadores de quem a operava. No máximo, começava num dia e acabava no outro. Geralmente o dinheiro da propina era arrecadado em espécie.
4) Os reais eram depositados pelo então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, receptor de toda a bolada, nas contas de laranjas dos doleiros. Que de pronto disparavam ordens de pagamento no exterior. No caso do PT, eles criaram uma trilha própria. Usavam duas empresas off-shores, chamadas Lisco Oversears e Miro Ltd., para mandar dinheiro de contas numeradas respectivamente no JP Morgan e no Citibank, ambos de Nova York.
5) Debitado da Lisco e da Miro, a bolada seguia para uma conta corrente da Naston Incorporation Ltd., off-shore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal caribenho. A Naston é uma sociedade célebre entre doleiros, pois pertence a Barcelona e a Alberto Youssef, dois dos mais conhecidos do mercado.
AS CONTAS NUMERADAS DE FAVRE
6) Da offshore Naston, os dólares eram enviados recursos do PT por estas duas contas numeradas: 60.356356086 e 60.356356199 do Trade Link Bank (braço do Banco Rural, nas Ilhas Cayman). Essas contas seriam operadas por “dois” cidadãos, Felipe Belizario Wermusdit, de passaporte francês, e Felipe Belizario Wermus, de passaporte argentino. Segundo Toninho da Barcelona, são a mesma pessoa, Luis Favre.
7) A conta operada pelo passaporte francês remetia dinheiro para a Trade Link. O passaporte argentino era usado para remeter dinheiro para a conta Empire State Scorpus, em Luxemburgo. A conta Empire State tinha uma subconta no Panamá, que passava pela offshore OBCH Ltda, que seria administrada por um cubano naturalizado panamenho chamado Aníbal Contreras, amigo de José Dirceu.
8) As trocas de dólares por reais, que oscilavam entre US$ 30 mil e US$ 50 mil, eram realizadas no gabinete do então vereador Devanir Ribeiro (amigo de Lula dos tempos do ABC, hoje deputado federal e autor da tese do terceiro mandato) e integram outro braço do esquema petista. Nesse caso, o partido mantinha volumes consideráveis de dólares em dinheiro vivo, escondido em cofres ou malas ou cuecas, e acionava a casa de câmbio quando precisava convertê-los em reais. Em geral, quem ligava para a casa de câmbio Barcelona era o assessor legislativo da Câmara de Vereadores, Marcos Lustosa Ribeiro, filho do deputado Devanir Ribeiro. No início de 2002, as trocas eram esporádicas e ocorriam a cada dez ou 15 dias. No meio do ano, já estavam em ritmo alucinado, sendo quase diárias, e somavam cerca de R$ 500 mil por semana, segundo Toninho Barcelona.
A FORÇA E A FRAQUEZA DE MARTA
O doleiro Antônio Claramunt ameaçou dar as provas ao Ministério Público mas acabou não fechando acordo da delação premiada. Convocado à CPI dos Correios, ficou de boca fechada. Teria fechado acordo sim, mas com o PT. Mas o fato é que a Polícia Federal e o Ministério Público passaram a ter em mãos todos os detalhes necessários para prosseguir com as investigações. E apuraram muito, de lá para cá, de acordo com minhas fontes.
Mas o que ninguém seja ingênuo: enquanto Luiz Inácio Lula da Silva for presidente, não deverá haver qualquer operação da PF que envolva Favre. A não ser que a facção tucana na PF consiga fazer algo escondido do diretor da Federal Luiz Fernando Corrêa. Ou que Marta Suplicy ganhe a eleição deste ano para a Prefeitura e decisa enfrentar Dilma Roussef.
De qualquer forma, Felipe Belisário Wermus, dit Luis Favre, está de volta à ribalta política. É o principal baluarte (emocional, político e financeiro) da candidata do PT, Marta Suplicy. É também seu ponto mais fraco.
CONEXÃO PARIS
Nos anos 80, Favre era dirigente em Paris da Quarta Internacional, organização mundial dos seguidores do falecido líder comunista Leon Trotsky. Homem de confiança de Leonel Jospin –mais tarde eleito primeiro-ministro da França— Favre foi enviado ao Brasil para convencer as facções locais a se dissolverem no jovem PT. Acabou amigo íntimo dos chefes trotsquistas de então, como Luiz Gushiken, bancário e sindicalista, e o estudante Antônio Palocci, fiel escudeiro de Gushiken. Foram esses dois, Gushiken e Palocci, principalmente eles, que pavimentaram o caminho de Favre dentro do PT.
Hoje Favre goza da confiança de François Hollande, presidente do Partido Socialista francês. Juntos, Favre e Hollande estão articulando à ascensão de Lula à presidência da Internacional Socialista, quando ele deixar o Palácio do Planalto. O ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe Gonzalez, já teria concordado. Faltaria apenas acertar os ponteiros com o ex- chanceler da Alemanha, Gerhard Schröder.
MARTA É A QUINTA
Favre é amigo de Lula há 21 anos. Ele chegou até a hospedar por seis meses, em seu apartamento em Paris, Lurian Lula da Silva, a primogênita do presidente. Aos 58 anos, Favre tem um passado de aventuras.
Nasceu num cortiço em Buenos Aires, numa família de operários peronistas de origem judaica. Só completou o ginásio. Até os 20 anos, trabalhou como contínuo, gráfico e metalúrgico. Detido oito vezes pelo regime militar, exilou-se em Paris.
De pele morena, cabelos grisalhos e olhos azuis, Favre é, para as mulheres, o protótipo do homem bonito, charmoso e experiente. Já foi companheiro da filha de um grande empreiteiro argentino, de uma americana e de uma brasileira, Marília Andrade, herdeira da construtora Andrade Gutierrez. Generosa, Marília chegou a pagar uma cirurgia plástica para Luriam Lula da Silva. Depois de Marília, Favre viveu com uma francesa. Marta é a quinta. Mas sonha ser a última.
Marta e Favre vivem publicamente juntos desde 2000. Ela assumiu o romance assim que foi eleita prefeita paulistana. Então largou o marido, o senador Eduardo Suplicy, e colocou Favre definitivamente para dentro de casa. Na época, era a casa da família Suplicy. Casaram-se há três anos.
O franco-argentino (agora também brasileiro) gosta de bons vinhos, restaurantes caros e roupas de grife. Ele e Marta costumam quitar suas compras em dinheiro vivo. Favre não tem uma ocupação profissional muita cristalina. Além de conselheiro da mulher, até uns tempos atrás, quando indagado, se apresentava como dono de uma gráfica em Paris. Diz ele que essa é sua principal fonte de renda. Também representou por muitos anos a JCD, uma das maiores empresas de out doors e street media do mundo.
QUERO UM CARGO NO GOVENO
Nos primeiros meses de 2002, com a primeira campanha presidencial de Lula dando seus primeiros passos em comerciais de tevê, Favre pilotou uma sala dentro do comitê central do partido. Ele era consultado sobre a qualidade de peças de propaganda e sua viabilização. Marta nunca o deixou na mão.
Com a vitória de Lula, a prefeita exigiu um cargo para o companheiro na administração federal. Ora pedia com charme, ora levantava a voz. Na armação do governo, em meados dezembro, Marta sacou da bolsa Louis Vuitton o nome do amado para nada menos que a presidência do BNDES. A expressão de espanto no rosto de Lula foi tão grande que a então prefeita recuou antes que ouvir a resposta. Mais modesta, em seguida cogitou alguma diretoria da Caixa Econômica Federal. Noutra ocasião, falou na importância de Favre ter um gabinete no Palácio do Planalto, onde seria intérprete oficial de Lula.
Os petistas, aliviados, descobriram que a lei não permite a nomeação de estrangeiros para o governo. Até a eleição de Lula, Favre vinha sendo obrigado a voltar à França a cada três meses para renovar seu visto de turista no Brasil. Em janeiro de 2003, ele solicitou ao Ministério da Justiça um visto permanente de trabalho no País. Alegou “união estável” com Marta. Com a forcinha do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o visto saiu no início de março. Aí Marta voltou à carga pela nomeação do marido.
“Marta sabe mandar e Favre é a pessoa que ela mais ouve”, diz um amigo comum. Dentro do PT, a pressão foi forte . “Ela elevou a tensão junto ao presidente ao insuportável”, revela um petista que trabalha no Planalto. “Lula deu ordens para atendê-la imediatamente temendo que suas emoções passionais a levassem a romper com o partido. Aí, sim, seria um desastre”.
O PASSAPORTE AZUL QUASE SAIU
Naquele início de 2003, sentada na cadeira de prefeita paulistana, Marta tinha enorme poder sobre Lula. O presidente ainda se preocupava com algumas dívidas de campanha, que Marta e Favre ficaram de acertar. Coube a Luiz Gushiken, então ministro da Comunicação de Governo e membro do finado “núcleo-duro” do poder, puxar para si o problema.
Gushiken inventou para Favre um cargo de Assessor de Comunicação Internacional do governo. Arrumou um DAS-5 para ele, salário de R$ 5.800 mensais na época. Não era muito. Mas pelo menos ele estaria com um pé no poder federal, com cartão de visitas oficial, acesso aos gabinetes. Ah, o mais importante: Gushiken também ofereceu um passaporte especial de cor azul, o mesmo a que os Ministros de Estado têm direito. Favre estava com um pé e meio no governo.
Só não pisou com os dois sapatos porque foi acusado, na véspera da nomeação, de ter recebido US$ 300 mil para facilitar concessões de linhas de ônibus pela prefeitura de São Paulo. O autor da denúncia, Gelson Camargo dos Santos, acabara de ser preso por estelionato, falsificação de documentos e formação de quadrilha. Lula, que ainda nutria algum recato em relação à proximidade com suspeitos, disse a Marta que Favre precisava se livrar do escândalo antes de ser nomeado.
Na época, numa conversa ao telefone, Favre me disse o seguinte: “Achei melhor adiar por uns dias minha ida a Brasília”. E acrescentou: “Agora vou ter que esclarecer essas histórias absurdas”. Simulava confiança, obviamente: “Não há nada de concreto, é só um estelionatário dizendo que eu estaria envolvido num esquema”.
O INIMIGO DIRCEU
José Dirceu festejou as boas novas. Ele e Favre já foram amigos. Isso faz muito tempo. Mas durante a campanha presidencial, os dois brigavam quase todos os dias. Dirceu reclamava que o Favre se intrometia em tudo. “Ele queria decidir até o que um deputado federal pode ou não falar na TV”, queixou-se. Hoje há queixas semelhantes na campanha para a Prefeitura paulistana.
Abertas as urnas, Dirceu e Favre quase trocaram empurrões no alto do palanque da festa da vitória, na Avenida Paulista. Em seu território, Favre quis resolver quem podia ou não chegar perto de Lula. Durante um Carnaval em São Paulo, os dois apenas apertaram as mãos no camarote da prefeita Marta – e depois não conversaram. De lá para cá, ele não mudou. Ao contrário. Só aumentou sua característica de resolver tudo.
Por HUGO STUDART
Felipe Belisario Wermus, argentino por nascimento e cidadão francês por adoção, é personagem central das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Você o conhece, prezado leitor, mas por outro nome Luís Favre – codinome pelo qual Felipe é chamado nos bastidores da esquerda brasileira. Companheiro da candidata do PT à prefeitura, Marta Suplicy, Favre é seu braço direito, melhor amigo, amado, confidente, conselheiro-chefe, estrategista-mor, tesoureiro-oculto. Favre é o principal baluarte de Marta. É também seu ponto mais fraco.
A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo têm informações explosivas sobre o companheiro de Marta Suplicy. A suspeita é a de que um senhor chamado Felipe Belisário Wermus seria o principal elo entre o PT e um esquema internacional de arrecadação de dinheiro a partir dos serviços de coleta de lixo nas capitais brasileiras. Esse esquema teria funcionado em prefeituras controladas pelo PT, como São Bernardo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campinas e São Paulo. A Vega, multinacional francesa de serviços, seria o elo empresarial do esquema.
A PF suspeita que a Vega controle um grupo de empreiteiras que ganham licitações superfaturadas para a coleta de lixo. Em média, 10% de superfaturamento, sendo 5% para as empreiteiras, e 5% para o caixa do PT. Esse dinheiro era todo repassado ao doleiro Toninho da Barcelona, que o depositava em contas em paraísos fiscais controladas por um tal Felipe Belisario Wermus. Esse dinheiro voltava ao Brasil também por intermédio de Barcelona.
As autoridades têm os bancos e os números das contas no exterior, publicadas abaixo. O esquema teria sido montado antes da eleição presidencial de 2002. Se Delúbio Soares e Marcos Valério montaram o Caixa Dois do PT no governo Lula, estamos diante da suspeita de que Luís Favre, hoje favorito para se tornar o primeiro-companheiro de São Paulo, caso Marta seja eleita, tenha montado o Caixa Zero.
Vamos aos fatos:
A PRISÃO DE DOLEIRO
Foi doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, quem começou a revelar essa história. Ele foi preso em 2004, numa daquelas operações da Polícia Federal de caça-doleiros, a Farol da Colina. Revelou que trocou dólares por reais, entre 1998 e 2002, para diversos dirigentes petistas, entre eles o deputado federal José Dirceu, então presidente do partido. Que fez remessas de dólares para inúmeros empresários e figurões paulistas, como o advogado Márcio Thomaz Bastos (ministro da Justiça por ocasião da sua prisão). E prometeu fazer revelações sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT, e o suposto esquema de cobrança de propina de empresas de ônibus da cidade.
Em seguida Claramunt pediu proteção de vida à PF e silenciou, aguardando pela negociação de uma delação premiada para o Ministério Público. Eis que estoura um caso bem maior, o do mensalão de Dirceu, Delúbio e Marcos Valério. E Claramunt fica meio esquecido numa cela da PF em São Paulo. E a cada dia que passa, é tomado pelo medo de ser vítima de uma queima de arquivo.
Foi nesse contexto que Claramunt se abre com seu companheiro de cárcere. Ato contínuo, escreve cartas para sua mulher, em hebraico (ele é judeu), revelando tudo o que sabia do esquema do lixo do PT. E fornecendo, inclusive, os números de duas contas que Felipe Belisário Wermus mantinha em paraísos fiscais.
MEMÓRIAS DO CÁRCERE
Evaldo Rui Vicentini era o companheiro de cárcere de Antônio Claramunt. Velho militante comunista, ex- tesoureiro do PCB (hoje PPS) em São Paulo, Vicentini fora preso sob a acusação de participar de um outro esquema de evasão de divisas. Se diz inocente. Ele acabou se transformando no principal confidente do doleiro. Conversei com Vicentini logo depois que ele saiu da cadeia, em 2005. Ele me revelou uma história escabrosa sobre o companheiro de Marta Suplicy. Mas como na ocasião ele não tinha documentos, só o testemunho oral, meu chefe na revista IstoÉ, onde eu trabalhava, preferiu não publicar. Eis os principais pontos da história contada por Claramunt a Vicentini:
a) Claramunt enviava dinheiro do Caixa Dois do PT para paraísos fiscais no exterior. O contato dele no Brasil era Luis Favre. Ele criou duas contas no exterior para Favre, ambas com seu nome verdadeiro, Felipe Belisário Wermus. O dinheiro era repassado para o Trade Link Bank, agência Miami, e de lá repassado a Wermus.
b) Esse dinheiro vinha de superfaturamento da coleta de lixo em prefeituras administradas pelo PT. O superfaturamento era de 10%, metade para o PT, metade para as empreiteiras. Vicentini citou na ocasião as prefeituras de São Bernardo, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia, Recife, e Brasília, todas petistas (Brasília não é prefeitura mas, no caso da coleta de lixo, funciona como se fosse).
c) Uma empresa francesa, a Vega (que chegou ao Brasil com o nome de Vega Sopave), era a chefe do esquema. Todas as concorrências dessas prefeituras do PT eram vencidas ou pela Vega ou por um consórcio de empresas laranjas da Vega.
d) A Veja Ambientales, holding latino-americana da Vega no Brasil e que pertence ao grupo franco-argentino Arcelor, tem sede no Uruguai. É administrada por uma empresa chamada Pozadas, Pozadas & Vecino. O procurador da Vega Ambientales é o Sr. Jorge Altamira. Mais uma coincidência: Jorge Altamira é o codinome de Saul Belisario Wermus, irmão de Favre, e conhecido dirigente de uma facção trotsquista argentina fundada por J.Posadas.
Vicentini também revelou essa história, em detalhes, a uma companheira de partido, a deputada Denise Frossard, PPS-RJ, que a repassou para o Ministério Público.
CARTAS DO DOLEIRO À MULHER
Em agosto de 2005, quando o escândalo do mensalão estava em seu ápice, os repórteres Ugo Braga e Lúcio Lambranho, do Correio Braziliense, publicaram uma reportagem relevante, Os dois descobriram que, além de fazer confidências ao companheiro de cárcere, Antônio Claramunt enviou uma série de cartas e bilhetes à sua mulher Patrícia, todas em hebraico, que compunham um precioso mosaico. Os repórteres conversaram com os guardiões das correspondências, que deveriam ser reveladas caso o doleiro fosse assassinado. Na época, em meio a dólares em cuecas, a matéria acabou não chamando a atenção. Eis as principais informações:
1) O esquema começava com a cobrança de propinas ou superfaturamento de contratos, como os de coleta de lixo ou obras públicas, nas cidades administradas pelo PT – Santo André, Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, Recife, Porto Alegre. E cresceu a partir de 2003 com operações nos fundos de pensão ligados às empresas estatais.
2) O dinheiro dado “por fora” ao partido era encoberto com a emissão de notas fiscais frias de empresas ligadas ao esquema – Avencar Turismo Ltda., KLT Agência de Viagens, Appolo Câmbio e Lumina Empreendimentos Ltda. São as mais citadas.
3) Estas notas eram entregues pelos doleiros – além de Toninho Barcelona faziam parte Raul Henrique Sraur e Richard André Waterloo – às empresas achacadas, que com elas poderiam justificar a saída contábil da propina de seus caixas mundo afora. A partir daí, iniciava-se uma cadeia financeira que podia ser percorrida ao longo de um único dia – operações chamadas day trade – via computadores de quem a operava. No máximo, começava num dia e acabava no outro. Geralmente o dinheiro da propina era arrecadado em espécie.
4) Os reais eram depositados pelo então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, receptor de toda a bolada, nas contas de laranjas dos doleiros. Que de pronto disparavam ordens de pagamento no exterior. No caso do PT, eles criaram uma trilha própria. Usavam duas empresas off-shores, chamadas Lisco Oversears e Miro Ltd., para mandar dinheiro de contas numeradas respectivamente no JP Morgan e no Citibank, ambos de Nova York.
5) Debitado da Lisco e da Miro, a bolada seguia para uma conta corrente da Naston Incorporation Ltd., off-shore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal caribenho. A Naston é uma sociedade célebre entre doleiros, pois pertence a Barcelona e a Alberto Youssef, dois dos mais conhecidos do mercado.
AS CONTAS NUMERADAS DE FAVRE
6) Da offshore Naston, os dólares eram enviados recursos do PT por estas duas contas numeradas: 60.356356086 e 60.356356199 do Trade Link Bank (braço do Banco Rural, nas Ilhas Cayman). Essas contas seriam operadas por “dois” cidadãos, Felipe Belizario Wermusdit, de passaporte francês, e Felipe Belizario Wermus, de passaporte argentino. Segundo Toninho da Barcelona, são a mesma pessoa, Luis Favre.
7) A conta operada pelo passaporte francês remetia dinheiro para a Trade Link. O passaporte argentino era usado para remeter dinheiro para a conta Empire State Scorpus, em Luxemburgo. A conta Empire State tinha uma subconta no Panamá, que passava pela offshore OBCH Ltda, que seria administrada por um cubano naturalizado panamenho chamado Aníbal Contreras, amigo de José Dirceu.
8) As trocas de dólares por reais, que oscilavam entre US$ 30 mil e US$ 50 mil, eram realizadas no gabinete do então vereador Devanir Ribeiro (amigo de Lula dos tempos do ABC, hoje deputado federal e autor da tese do terceiro mandato) e integram outro braço do esquema petista. Nesse caso, o partido mantinha volumes consideráveis de dólares em dinheiro vivo, escondido em cofres ou malas ou cuecas, e acionava a casa de câmbio quando precisava convertê-los em reais. Em geral, quem ligava para a casa de câmbio Barcelona era o assessor legislativo da Câmara de Vereadores, Marcos Lustosa Ribeiro, filho do deputado Devanir Ribeiro. No início de 2002, as trocas eram esporádicas e ocorriam a cada dez ou 15 dias. No meio do ano, já estavam em ritmo alucinado, sendo quase diárias, e somavam cerca de R$ 500 mil por semana, segundo Toninho Barcelona.
A FORÇA E A FRAQUEZA DE MARTA
O doleiro Antônio Claramunt ameaçou dar as provas ao Ministério Público mas acabou não fechando acordo da delação premiada. Convocado à CPI dos Correios, ficou de boca fechada. Teria fechado acordo sim, mas com o PT. Mas o fato é que a Polícia Federal e o Ministério Público passaram a ter em mãos todos os detalhes necessários para prosseguir com as investigações. E apuraram muito, de lá para cá, de acordo com minhas fontes.
Mas o que ninguém seja ingênuo: enquanto Luiz Inácio Lula da Silva for presidente, não deverá haver qualquer operação da PF que envolva Favre. A não ser que a facção tucana na PF consiga fazer algo escondido do diretor da Federal Luiz Fernando Corrêa. Ou que Marta Suplicy ganhe a eleição deste ano para a Prefeitura e decisa enfrentar Dilma Roussef.
De qualquer forma, Felipe Belisário Wermus, dit Luis Favre, está de volta à ribalta política. É o principal baluarte (emocional, político e financeiro) da candidata do PT, Marta Suplicy. É também seu ponto mais fraco.
CONEXÃO PARIS
Nos anos 80, Favre era dirigente em Paris da Quarta Internacional, organização mundial dos seguidores do falecido líder comunista Leon Trotsky. Homem de confiança de Leonel Jospin –mais tarde eleito primeiro-ministro da França— Favre foi enviado ao Brasil para convencer as facções locais a se dissolverem no jovem PT. Acabou amigo íntimo dos chefes trotsquistas de então, como Luiz Gushiken, bancário e sindicalista, e o estudante Antônio Palocci, fiel escudeiro de Gushiken. Foram esses dois, Gushiken e Palocci, principalmente eles, que pavimentaram o caminho de Favre dentro do PT.
Hoje Favre goza da confiança de François Hollande, presidente do Partido Socialista francês. Juntos, Favre e Hollande estão articulando à ascensão de Lula à presidência da Internacional Socialista, quando ele deixar o Palácio do Planalto. O ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe Gonzalez, já teria concordado. Faltaria apenas acertar os ponteiros com o ex- chanceler da Alemanha, Gerhard Schröder.
MARTA É A QUINTA
Favre é amigo de Lula há 21 anos. Ele chegou até a hospedar por seis meses, em seu apartamento em Paris, Lurian Lula da Silva, a primogênita do presidente. Aos 58 anos, Favre tem um passado de aventuras.
Nasceu num cortiço em Buenos Aires, numa família de operários peronistas de origem judaica. Só completou o ginásio. Até os 20 anos, trabalhou como contínuo, gráfico e metalúrgico. Detido oito vezes pelo regime militar, exilou-se em Paris.
De pele morena, cabelos grisalhos e olhos azuis, Favre é, para as mulheres, o protótipo do homem bonito, charmoso e experiente. Já foi companheiro da filha de um grande empreiteiro argentino, de uma americana e de uma brasileira, Marília Andrade, herdeira da construtora Andrade Gutierrez. Generosa, Marília chegou a pagar uma cirurgia plástica para Luriam Lula da Silva. Depois de Marília, Favre viveu com uma francesa. Marta é a quinta. Mas sonha ser a última.
Marta e Favre vivem publicamente juntos desde 2000. Ela assumiu o romance assim que foi eleita prefeita paulistana. Então largou o marido, o senador Eduardo Suplicy, e colocou Favre definitivamente para dentro de casa. Na época, era a casa da família Suplicy. Casaram-se há três anos.
O franco-argentino (agora também brasileiro) gosta de bons vinhos, restaurantes caros e roupas de grife. Ele e Marta costumam quitar suas compras em dinheiro vivo. Favre não tem uma ocupação profissional muita cristalina. Além de conselheiro da mulher, até uns tempos atrás, quando indagado, se apresentava como dono de uma gráfica em Paris. Diz ele que essa é sua principal fonte de renda. Também representou por muitos anos a JCD, uma das maiores empresas de out doors e street media do mundo.
QUERO UM CARGO NO GOVENO
Nos primeiros meses de 2002, com a primeira campanha presidencial de Lula dando seus primeiros passos em comerciais de tevê, Favre pilotou uma sala dentro do comitê central do partido. Ele era consultado sobre a qualidade de peças de propaganda e sua viabilização. Marta nunca o deixou na mão.
Com a vitória de Lula, a prefeita exigiu um cargo para o companheiro na administração federal. Ora pedia com charme, ora levantava a voz. Na armação do governo, em meados dezembro, Marta sacou da bolsa Louis Vuitton o nome do amado para nada menos que a presidência do BNDES. A expressão de espanto no rosto de Lula foi tão grande que a então prefeita recuou antes que ouvir a resposta. Mais modesta, em seguida cogitou alguma diretoria da Caixa Econômica Federal. Noutra ocasião, falou na importância de Favre ter um gabinete no Palácio do Planalto, onde seria intérprete oficial de Lula.
Os petistas, aliviados, descobriram que a lei não permite a nomeação de estrangeiros para o governo. Até a eleição de Lula, Favre vinha sendo obrigado a voltar à França a cada três meses para renovar seu visto de turista no Brasil. Em janeiro de 2003, ele solicitou ao Ministério da Justiça um visto permanente de trabalho no País. Alegou “união estável” com Marta. Com a forcinha do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o visto saiu no início de março. Aí Marta voltou à carga pela nomeação do marido.
“Marta sabe mandar e Favre é a pessoa que ela mais ouve”, diz um amigo comum. Dentro do PT, a pressão foi forte . “Ela elevou a tensão junto ao presidente ao insuportável”, revela um petista que trabalha no Planalto. “Lula deu ordens para atendê-la imediatamente temendo que suas emoções passionais a levassem a romper com o partido. Aí, sim, seria um desastre”.
O PASSAPORTE AZUL QUASE SAIU
Naquele início de 2003, sentada na cadeira de prefeita paulistana, Marta tinha enorme poder sobre Lula. O presidente ainda se preocupava com algumas dívidas de campanha, que Marta e Favre ficaram de acertar. Coube a Luiz Gushiken, então ministro da Comunicação de Governo e membro do finado “núcleo-duro” do poder, puxar para si o problema.
Gushiken inventou para Favre um cargo de Assessor de Comunicação Internacional do governo. Arrumou um DAS-5 para ele, salário de R$ 5.800 mensais na época. Não era muito. Mas pelo menos ele estaria com um pé no poder federal, com cartão de visitas oficial, acesso aos gabinetes. Ah, o mais importante: Gushiken também ofereceu um passaporte especial de cor azul, o mesmo a que os Ministros de Estado têm direito. Favre estava com um pé e meio no governo.
Só não pisou com os dois sapatos porque foi acusado, na véspera da nomeação, de ter recebido US$ 300 mil para facilitar concessões de linhas de ônibus pela prefeitura de São Paulo. O autor da denúncia, Gelson Camargo dos Santos, acabara de ser preso por estelionato, falsificação de documentos e formação de quadrilha. Lula, que ainda nutria algum recato em relação à proximidade com suspeitos, disse a Marta que Favre precisava se livrar do escândalo antes de ser nomeado.
Na época, numa conversa ao telefone, Favre me disse o seguinte: “Achei melhor adiar por uns dias minha ida a Brasília”. E acrescentou: “Agora vou ter que esclarecer essas histórias absurdas”. Simulava confiança, obviamente: “Não há nada de concreto, é só um estelionatário dizendo que eu estaria envolvido num esquema”.
O INIMIGO DIRCEU
José Dirceu festejou as boas novas. Ele e Favre já foram amigos. Isso faz muito tempo. Mas durante a campanha presidencial, os dois brigavam quase todos os dias. Dirceu reclamava que o Favre se intrometia em tudo. “Ele queria decidir até o que um deputado federal pode ou não falar na TV”, queixou-se. Hoje há queixas semelhantes na campanha para a Prefeitura paulistana.
Abertas as urnas, Dirceu e Favre quase trocaram empurrões no alto do palanque da festa da vitória, na Avenida Paulista. Em seu território, Favre quis resolver quem podia ou não chegar perto de Lula. Durante um Carnaval em São Paulo, os dois apenas apertaram as mãos no camarote da prefeita Marta – e depois não conversaram. De lá para cá, ele não mudou. Ao contrário. Só aumentou sua característica de resolver tudo.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Ficha dos "meninos" do morro da Providência
Irmão de jovem do morro da Providência quer vingança, diz mãe
Folha de S.Paulo, 12/07/2008
A dona-de-casa L. G. C., 42, mãe de um dos jovens entregues por militares a traficantes no Rio, afirmou ontem (11) que seu outro filho, de 14 anos, quer se tornar traficante para "fazer justiça com as próprias mãos".
Ela se encontrou com deputados federais da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para contar o que ocorreu com o filho. Estava acompanhada da avó de outro dos jovens mortos em encontro na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio).
"Pedi um psicólogo para o meu filho, mas ainda não tem ninguém com ele. Ele era muito amigo do irmão. [Agora] não fala mais nada! Ele disse até que quer virar vagabundo [traficante] para fazer justiça com as próprias mãos", afirmou L.G.C. após a reunião.
Segundo o advogado da família, João Tancredo, o jovem de 14 anos está na casa de parentes fora do Estado.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da comissão, afirmou que vai pedir ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, para que o governo ofereça imediatamente apoio psicológico à família.
O Ministério da Defesa divulgou nota ontem informando que não desistiu de indenizar a família, mas só enviará o projeto de lei após discutir um acordo judicial, já que as famílias dos rapazes mortos entraram com uma ação contra a União.
"Eu não queria dinheiro, mas tiraram o meu filho. Preciso de alguma coisa para ajudar a criar o outro que ficou", disse L.G.C.
Além de Jungmann, os deputados Antônio Carlos Biscaia e Jair Bolsonaro foram ao Rio conversar com representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual, da Procuradoria da Justiça Militar e com moradores do morro da Providência para elaborar um relatório sobre o caso.
O objetivo é discutir um projeto de lei que regulamente o emprego das Forças Armadas na segurança pública.
Onze militares entregaram os três jovens a traficantes do morro da Mineira, onde os pontos de venda de drogas são comandados pela ADA (Amigos dos Amigos), rival do CV (Comando Vermelho), facção que atua no morro da Providência.
Oito dos militares, entre eles um tenente, estão presos. Todos respondem por homicídio doloso.
Em uma das audiências, os deputados ouviram a presidente da associação de moradores da favela, Vera Melo.
Discussão
Vera discutiu com o deputado federal Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército, ao afirmar que não sabia diferenciar as patentes dos militares a partir dos símbolos estampados nas fardas. Bolsonaro queria saber se militares de alta patente também praticavam os abusos.
"Se você não sabe diferenciar um sargento de um soldado, eu não tenho mais nada para perguntar", disse o deputado.
"Você é um deputado, eu sou presidente [da associação de moradores]! Trato com todo mundo: autoridade, deputado, vagabundo. Eu não sou obrigada a saber isso", respondeu Vera para Bolsonaro.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Carta aberta ao tenente Vinícius Ghidetti
Carta aberta ao tenente Vinícius Ghidetti
"O Globo", Sessão de Carta aos Leitores
Ten. Vinícius,
Vendo seu choro durante seu depoimento na Justiça, confesso que me comovi por três motivos:
- Primeiro, porque nunca tinha visto um jovem, ostentando a farda do glorioso Exército Brasileiro, chorar em público, arrependido de grave erro cometido no auge da ingenuidade e insensatez dos seus vinte e poucos anos. Pelo contrário, só tenho visto o deboche e a frieza dos verdadeiros bandidos, certos da impunidade.
Para os que querem sua cabeça, a qualquer custo, isso não importa e muito menos ainda as circunstâncias do fato trágico, mas apenas as conseqüências que certamente irão arruinar sua carreira.
- Segundo, porque mais uma vez mostra como nosso país é desigual e injusto. Talvez, se você fosse filho de alguma promotora pública, estaria prestando esse depoimento à noite, em sigilo, sem necessidade da vergonha e do ultraje público. Mas, para seu azar, além de provavelmente ter uma origem humilde, você representa o Exército Brasileiro que, para muitos, ainda está engasgado por uma ideologia rancorosa.
- Terceiro, porque os maiores culpados pela situação criada nunca pagarão pelo erro. Nem aqueles que lhe colocaram numa missão sem o preparo adequado, nem os que utilizaram o poder público para fins eleitoreiros e, principalmente, nem os assassinos de fato que continuarão a desfilar e amedrontar com seu armamento, agora com mais liberdade.
Pena que seus superiores, dos mais próximos até o presidente da república, não tenham tido a honestidade do seu choro e, muito menos, a coragem de assumir sua parcela de culpa, abandonando-o sozinho nessa guerra.
Apenas a você não será concedido o direito de dizer: Mas eu não sabia que ia dar nisso...
Luiz Felipe Novis
"O Globo", Sessão de Carta aos Leitores
Ten. Vinícius,
Vendo seu choro durante seu depoimento na Justiça, confesso que me comovi por três motivos:
- Primeiro, porque nunca tinha visto um jovem, ostentando a farda do glorioso Exército Brasileiro, chorar em público, arrependido de grave erro cometido no auge da ingenuidade e insensatez dos seus vinte e poucos anos. Pelo contrário, só tenho visto o deboche e a frieza dos verdadeiros bandidos, certos da impunidade.
Para os que querem sua cabeça, a qualquer custo, isso não importa e muito menos ainda as circunstâncias do fato trágico, mas apenas as conseqüências que certamente irão arruinar sua carreira.
- Segundo, porque mais uma vez mostra como nosso país é desigual e injusto. Talvez, se você fosse filho de alguma promotora pública, estaria prestando esse depoimento à noite, em sigilo, sem necessidade da vergonha e do ultraje público. Mas, para seu azar, além de provavelmente ter uma origem humilde, você representa o Exército Brasileiro que, para muitos, ainda está engasgado por uma ideologia rancorosa.
- Terceiro, porque os maiores culpados pela situação criada nunca pagarão pelo erro. Nem aqueles que lhe colocaram numa missão sem o preparo adequado, nem os que utilizaram o poder público para fins eleitoreiros e, principalmente, nem os assassinos de fato que continuarão a desfilar e amedrontar com seu armamento, agora com mais liberdade.
Pena que seus superiores, dos mais próximos até o presidente da república, não tenham tido a honestidade do seu choro e, muito menos, a coragem de assumir sua parcela de culpa, abandonando-o sozinho nessa guerra.
Apenas a você não será concedido o direito de dizer: Mas eu não sabia que ia dar nisso...
Luiz Felipe Novis
Custo mensal de um Senador da República
E que república!!!
Fonte: Correio Braziliense - 10/07/2008
Confira a que os senadores têm direito
SALÁRIO
R$ 16,5 mil + décimo-terceiro salário + outros dois, um no início e outro no fim do ano para ajuda de custo
VERBA INDENIZATÓRIA
R$ 15 mil mensais
AUXÍLIO-MORADIA
R$ 3 mil
COMBUSTÍVEL
25 litros por dia para um veículo cedido pelo Senado
VIAGENS
Quatro passagens mensais de ida e volta para o seu estado
NO GABINETE
Funcionários comissionados (indicados por confiança)
5 assessores técnicos
6 secretários parlamentares
1 motorista
Servidores efetivos (por concurso público)
1 chefe e um subchefe de gabinete
5 assistentes técnicos
1 analista legislativo
1 técnico legislativo
Fonte: Correio Braziliense - 10/07/2008
Confira a que os senadores têm direito
SALÁRIO
R$ 16,5 mil + décimo-terceiro salário + outros dois, um no início e outro no fim do ano para ajuda de custo
VERBA INDENIZATÓRIA
R$ 15 mil mensais
AUXÍLIO-MORADIA
R$ 3 mil
COMBUSTÍVEL
25 litros por dia para um veículo cedido pelo Senado
VIAGENS
Quatro passagens mensais de ida e volta para o seu estado
NO GABINETE
Funcionários comissionados (indicados por confiança)
5 assessores técnicos
6 secretários parlamentares
1 motorista
Servidores efetivos (por concurso público)
1 chefe e um subchefe de gabinete
5 assistentes técnicos
1 analista legislativo
1 técnico legislativo
Salvando as Farc
Fonte: JB On-line
Opinião
Salvando as Farc
Olavo de Carvalho
Estranguladas pelo Exército, odiadas pelo povo colombiano, reduzidas a um décimo de seu contingente e, por fim, desmoralizadas pelo resgate espetacular de 15 reféns, as Farc estão seguindo o manual de instruções e fazendo exatamente o que a guerrilha brasileira fez em circunstâncias idênticas: partiram para o gerenciamento de danos e tentam desesperadamente transformar a derrota militar em vitória política.
Se bem-sucedida, essa operação terá sido, no fim das contas, o triunfo mais espetacular que a gangue poderia ter desejado. Todos os clássicos da guerra revolucionária explicam que guerrilhas não têm por alvo derrotar o adversário no campo de batalha, mas forçá-lo a aceitar exigências políticas. Esse é o único objetivo a que podem aspirar e a única razão de ser da sua existência – e, para isso, a derrota militar pode ser ainda melhor do que a vitória. O exemplo do Vietnã ainda está na memória de todos, mas não precisamos ir buscar tão longe: nosso governo atual não é outra coisa senão as guerrilhas dos anos 60-70 transfiguradas em poder político pelas boas graças da anistia.
Não é, pois, de estranhar que, sob pretextos humanitários de uma hipocrisia abjeta, os apelos à desmobilização das Farc em nome da "luta pacífica" se espalhem por toda parte com a simultaneidade e xemplar de uma orquestra bem afinada.
Quem soa a nota dominante é, como não poderia deixar de ser, o senhor presidente da República. Fingindo pena dos reféns mantidos em cativeiro e um ardente desejo de "paz", ele sugere que as Farc abandonem a luta armada e sigam o exemplo do seu partido.
Para uma organização que matou 30 mil pessoas e manteve 3 mil seqüestrados presos em condições subhumanas durante quase uma década, ser de repente admitida como partido político e automaticamente anistiada de todos os seus crimes é mais do que um presente generoso: é a vitória perfeita, a realização integral dos seus sonhos mais lindos.
Que o senhor presidente da República venha a colaborar tão solicitamente para a realização desses sonhos é nada mais do que natural: durante 16 anos, como fundador e chefe do Foro de São Paulo, ele sentou-se à mesa com os líderes da narcoguerrilha e de outras organizações criminosas, traçando com elas a estratégia unificada da esquerda latino-americana para a conquista do poder total no continente. O princípio mais elementar e óbvio dessa estratégia não poderia deixar de ser a articulação dialética da violência armada com o esforço de organização política, ora convergindo, ora fingindo opor-se – e ludibriando a todos, enfim, pela alternância feliz da intimidação e da sedução.
A gratidão que as Farc têm por Lula e por seu partido expressou-se da maneira mais eloqüente na mensagem que enviaram a eles na última assembléia do Foro, em 2007, onde se derramavam em louvores a ambos por terem resgatado do perigo de extinção o movimento comunista na América Latina. Com seu pronunciamento recente, o senhor presidente da República não faz senão dar continuidade à sua obra salvadora, que chegará ao seu ponto culminante no momento em que uma infinidade de crimes hediondos for premiada com a anistia geral e a elevação dos delinqüentes à posição de governantes legais. Governantes que, decorrido algum tempo, poderão então, com toda a calma, serenamente, metodicamente, ir destruindo um por um aqueles que os anistiaram, exatamente como faz hoje a guerrilha brasileira.
Ao senhor presidente pouco interessa que, entre as vítimas das Farc, estejam os funcionários da nossa embaixada feitos em pedaços pelo atentado à bomba ali praticado em 1993, os milhões de crianças brasileiras levadas à autodestruição pelas drogas que as Farc distribuem no país, ou os nossos concidadãos mortos a tiros, nas ruas, por quadrilheiros locais que as Farc armaram e treinaram. Tudo o que lhe interessa é assegurar um futuro brilhante para aqueles seus companheiros de militância – assassinos, seqüestradores e narcotraficantes.
Opinião
Salvando as Farc
Olavo de Carvalho
Estranguladas pelo Exército, odiadas pelo povo colombiano, reduzidas a um décimo de seu contingente e, por fim, desmoralizadas pelo resgate espetacular de 15 reféns, as Farc estão seguindo o manual de instruções e fazendo exatamente o que a guerrilha brasileira fez em circunstâncias idênticas: partiram para o gerenciamento de danos e tentam desesperadamente transformar a derrota militar em vitória política.
Se bem-sucedida, essa operação terá sido, no fim das contas, o triunfo mais espetacular que a gangue poderia ter desejado. Todos os clássicos da guerra revolucionária explicam que guerrilhas não têm por alvo derrotar o adversário no campo de batalha, mas forçá-lo a aceitar exigências políticas. Esse é o único objetivo a que podem aspirar e a única razão de ser da sua existência – e, para isso, a derrota militar pode ser ainda melhor do que a vitória. O exemplo do Vietnã ainda está na memória de todos, mas não precisamos ir buscar tão longe: nosso governo atual não é outra coisa senão as guerrilhas dos anos 60-70 transfiguradas em poder político pelas boas graças da anistia.
Não é, pois, de estranhar que, sob pretextos humanitários de uma hipocrisia abjeta, os apelos à desmobilização das Farc em nome da "luta pacífica" se espalhem por toda parte com a simultaneidade e xemplar de uma orquestra bem afinada.
Quem soa a nota dominante é, como não poderia deixar de ser, o senhor presidente da República. Fingindo pena dos reféns mantidos em cativeiro e um ardente desejo de "paz", ele sugere que as Farc abandonem a luta armada e sigam o exemplo do seu partido.
Para uma organização que matou 30 mil pessoas e manteve 3 mil seqüestrados presos em condições subhumanas durante quase uma década, ser de repente admitida como partido político e automaticamente anistiada de todos os seus crimes é mais do que um presente generoso: é a vitória perfeita, a realização integral dos seus sonhos mais lindos.
Que o senhor presidente da República venha a colaborar tão solicitamente para a realização desses sonhos é nada mais do que natural: durante 16 anos, como fundador e chefe do Foro de São Paulo, ele sentou-se à mesa com os líderes da narcoguerrilha e de outras organizações criminosas, traçando com elas a estratégia unificada da esquerda latino-americana para a conquista do poder total no continente. O princípio mais elementar e óbvio dessa estratégia não poderia deixar de ser a articulação dialética da violência armada com o esforço de organização política, ora convergindo, ora fingindo opor-se – e ludibriando a todos, enfim, pela alternância feliz da intimidação e da sedução.
A gratidão que as Farc têm por Lula e por seu partido expressou-se da maneira mais eloqüente na mensagem que enviaram a eles na última assembléia do Foro, em 2007, onde se derramavam em louvores a ambos por terem resgatado do perigo de extinção o movimento comunista na América Latina. Com seu pronunciamento recente, o senhor presidente da República não faz senão dar continuidade à sua obra salvadora, que chegará ao seu ponto culminante no momento em que uma infinidade de crimes hediondos for premiada com a anistia geral e a elevação dos delinqüentes à posição de governantes legais. Governantes que, decorrido algum tempo, poderão então, com toda a calma, serenamente, metodicamente, ir destruindo um por um aqueles que os anistiaram, exatamente como faz hoje a guerrilha brasileira.
Ao senhor presidente pouco interessa que, entre as vítimas das Farc, estejam os funcionários da nossa embaixada feitos em pedaços pelo atentado à bomba ali praticado em 1993, os milhões de crianças brasileiras levadas à autodestruição pelas drogas que as Farc distribuem no país, ou os nossos concidadãos mortos a tiros, nas ruas, por quadrilheiros locais que as Farc armaram e treinaram. Tudo o que lhe interessa é assegurar um futuro brilhante para aqueles seus companheiros de militância – assassinos, seqüestradores e narcotraficantes.
Assinar:
Postagens (Atom)