quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Idade Glacial Vindoura - A verdadeira História do Aquecimento Global

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A Idade Glacial Vindoura - A verdadeira História do Aquecimento Global

Condensado de artigo de Betty Friedan, Harper’s Magazin , 1959


Dois cientistas começaram há alguns anos a puxar a meada de um dos grandes mistérios da Geologia: a causa das eras glaciais da antiguidade. O geofísico Maurice Ewing e o geólogo-meteorologista William Donnr encontraram por fim a explicação das gigantescas geleiras que quatro vezes durante o último milhão de anos avançaram e recuaram sobre a Terra. Se estiverem certos, o mundo caminha agora para outra idade glacial — inevitável desfecho de um processo que já se iniciou nos mares do norte.
As geleiras que hoje estão paradas no Ártico, em tempos idos cobriam mais de metade da América do Norte com uma parede de gelo de até três quilômetros de espessura, cujos limites ao sul se estendiam de Long Island a Nova York e até ao Rio Missouri, com extensões pela região montanhosa do oeste; que cobriam a Inglaterra e vastos trechos da França e da Alemanha; que criaram os Grandes Lagos e os rios Hudson e S. Lourenço; que deslocaram bilhões de toneladas de pedra e terra, esmagaram florestas e destruíram espécies animais e vegetais inteiras.
Indagações e constatações
Sabemos que o Ártico é congelado, mas quase não tem caído neve ali nos tempos modernos. Qual a causa das neves que formaram as geleiras das eras glaciais que periodicamente invadiam o hemisfério norte? Qual a causa de seus recuos? Por que vem a Terra se alternando há um milhão de anos entre idades glaciais e um clima como o atual?
Donn, diretor do Observatório Geológico de Lamont da Universidade de Colúmbia, e Ewing diretor pesquisas sobre sismologia, geologia e biologia marinha e oceanografia estudaram esse mistério. Em meados de 1953, a escuna Vema, (que o Observatório de Lamont emprega em exploração científica) utilizava o seu recém aperfeiçoado equipamento de alto mar para investigar o fundo do oceano, do Atlântico ao Mar das Antilhas. Esse equipamento recolhe sedimentos no estado em que foram depositados há milênios. Na lama profunda do Mar das Antilhas e do Atlântico equatorial, a expedição achava sempre uma estranha e nítida linha divisória de cor. “Cerca de 30 centímetros abaixo do fundo do mar, o sedimento de repente passava de rosa-avermelhado a cinzento”, diz Ewing. “Submetemos a lama a exames de laboratório e descobrimos que em determinado tempo, o oceano de repente mudara de frio para quente. O sedimento rosa, que estava em cima, continha conchas de minúsculos animais de água quente; o cinzento, conchas de animais de água fria.” Os cientistas mediram o carbono radioativo de uma amostra de lama do fundo do mar e precisar há quanto tempo ela ali está. Essas medições revelam que o súbito aquecimento se processou em todo o vasto Oceano Atlântico há 11.000 anos. “Que foi que aconteceu de maneira tão abrupta há 11.000 anos para aquecer o oceano”
O pequeno Oceano Ártico, que é quase inteiramente cercado de terra Isto os fez pensar que, estando baixo o nível do mar, ficaria interrompido o intercâmbio da águas entre o Atlântico e o Ártico, e isto aqueceria o primeiro enquanto o Ártico congelaria. “Se o nível do mar se elevasse haveria um maior intercambio entre as águas frias do oceano Ártico e as águas quentes do Atlântico. Claro que o Ártico ficaria mais quente porque a água correria mais livremente entre ele e o Atlântico, dissipando o frio. E o Oceano Atlântico, logicamente ficaria mais frio”.
Foi aí que surgiu a explicação: Com a água do Ártico aquecida pelo Atlântico, e mais quente do que a terra que a cercava, a água se evaporaria e cairia como neve mais ao sul, formando geleiras onde hoje estão as terras temperadas do hemisfério norte. O Oceano Ártico era aberto e livre de gelo durante a idade glacial e se congelou há 11.000 anos isolando-se do Atlântico. Sem o intercambio das águas, o Atlântico se aquece, pondo termo ao que chamamos idade glacial. A “Era do Gelo” seria portanto restrita ao hemisfério norte, e não um fenômeno mundial, ainda que influenciasse o clima em todo o Globo.
“Essa constatação explicou muitas coisas. Pudemos reconstituir um perfil meteorológico confiável. Vimos os oceanos funcionando como termostato alternando entre idades glaciais e períodos interglaciais como o atual”.
“O Oceano Ártico é quase completamente cercado de terras, exceto numa abertura rasa entre a Noruega e a Groenlândia, que se comunica com o Atlântico, e no insignificante Estreito de Bering. Se as águas do Ártico se
intercambiassem livremente por essa abertura com a água quente do Atlântico, o Oceano Ártico não se congelaria. Nesse caso, a sua evaporação formaria geleiras. À medida que as geleiras aumentassem, o nível do mar baixaria bloqueando o intercambio”.
“Sabemos que o nível do mar caiu entre 90 e 120 metros no auge da última idade glacial, e que a maior parte da abertura entre a Noruega e a Groenlândia tem menos de 90 metros de profundidade. Em determinado ponto, a água acumulada nas geleiras baixariam tanto o nível do mar que o Oceano Ártico ficou praticamente separado do Atlântico mais quente. Então congelou. As geleiras, não mais alimentadas pela neve, se fundiriam ao sol, devolvendo sua água aos oceanos. Então, o nível do mar se eleva até permitir que a quente água do Atlântico flua pela abertura, em quantidade suficiente para derreter o lençol de gelo ártico e iniciar outro ciclo glacial .”
Na ocasião em que Donn e Ewing formularam a hipótese, ainda não havia provas que o Ártico houvesse sido um mar livre de gelos. Alguns meses depois, Albert Crary, agora vice-chefe das pesquisas científicas do Programa Antártico dos Estados Unidos, voltou do Oceano Ártico com algumas amostras da lama do fundo do mar. Examinadas as amostras indicaram ter havido no Oceano Ártico, durante milhares de anos, vida sob a forma de animais marinhos, a qual cessou de súbito há 11 milênios. A pista seguinte veio de um ramo diferente da ciência. Donn e Ewing e obtive ram confirmação de antropólogos que realmente havia fortes indícios da existência de comunidades humanas estáveis em volta do Ártico há muitos milhares de anos. De fato, os mais antigos sílex que acusam a presença do homem na América, foram encontrados numa faixa em torno do Círculo Ártico. Os antropólogos estavam intrigados com o fato de o homem ter escolhido esses locais para viver, mas tinham certeza de que há cerca de 11.000 anos o homem começara de repente uma migração de lá para o sul, numa onda explosiva.
Donn e Ewing examinaram as observações de antigos exploradores árticos. Outros cientistas investigavam outros indícios. A datação pelo carbono radiativo mostrou que o congelamento do Ártico deve ter sido há 11.000 anos aproximadamente Assim, a data foi definitivamente conhecida: há cerca de 11.000 anos terminou a última idade glacial.
A gente que vivia nas praias árticas do norte da América evidentemente viera da Sibéria quando as geleiras haviam retirado bastante água do mar para deixar a descoberto a ponte terrestre do estreito de Behring. Ali ficou alguns séculos em torno do tépido Ártico até porque as geleiras a impedia de descer para o sul. Por fim, há 11.000 anos, toda essa gente fugiu.
Com o Oceano Ártico congelando eles não teriam o que comer. Não poderiam voltar para a Sibéria porque a grande elevação do nível do mar no fim da idade glacial mais uma vez cobriria, a ponte terrestre. E nesse exato momento, as geleiras em fusão permitiram afinal ao homem tomar o caminho do sul. E o fizeram numa vaga tão rápida que a extremidade meridional da América do Sul foi atingida em poucos milhares de anos.
Finalmente, Ewing e Donn descobriram testemunhos nos desertos meridionais. Haviam deduzido que o Oceano Ártico, estando aquecido, teria causado chuvas e fertilidade em regiões que agora são desertos. Os arqueólogos descobriram novas provas de que o Deserto do Saara era coberto de vegetação e tinha florescente civilização quando as geleiras congelavam a vida na América e na Europa. Nas cavernas do Saara foram encontrados desenhos feitos pelo homem dos animais que caçava naquela região outrora coberta de relva.
Foram assinaladas as seguintes glaciações em período (geologicamente) recentes.
de 80.000 a 60.000 aC
de 50.000 a 40.000
de 30.000 a 11.000
Pode-se ver pelo quadro geológico que a regra é a GLACIAÇÃO. Os períodos interglaciais são pequenos lapsos de tempo entre as glaciações. Estamos na INTERGLACIAÇÃO APÓS O ÚLTIMO PERÍODO GLACIAL.
Restava responder urna pergunta: como se iniciou o primeiro ciclo glacial? “Sabemos que durante o último milhão de anos o mundo tem alternado entre idades glaciais e condições meteorológicas semelhantes às atuais”, disseram Ewing e Donn. “Antes disso, não havia zonas de extremo calor nem de extremo frio; palmeiras e magnólias viçavam na Groenlândia e havia coral em torno da Islândia; plantas subtropicais cresciam a 11 graus do Pólo Norte. Por que não funcionou então o termostato do Oceano Ártico? E o que foi que subitamente ligou esse termostato há um milhão de anos?”
A explicação é que, até há um milhão de anos, o Pólo Norte não estava naquele Oceano Ártico cercado de terras, mas no meio do Pacífico, onde não havia terra em que se pudessem acumular neve e gelo e onde as correntes oceânicas dissipavam o frio. A idéia de que os pólos mudassem de lugar pode parecer fantástica, mas evidências magnéticas recentemente descobertas levam à inferência de que a crosta terrestre pode deslizar sobre o interior. Na ocorrência desse processo varia a posição dos pólos.
“O abrupto deslizamento da crosta terrestre, que transportou o Ártico para o Pólo Norte colocou o Pólo Sul no Continente Antártico, onde o frio polar não podia ser dissipado pelas correntes marítimas livres. Isso deu início às zonas climáticas que hoje conhecemos e à concentração do frio que congelou o Oceano Ártico, criando condições para provocar os ciclos glaciais. Enquanto os pólos permanecerem onde estão os ciclos glaciais continuarão”.
Vários cientistas têm procurado refutar a teoria de Ewing e Donn, sem resultado. E há sinais de que a Terra está entrando em outra idade glacial. A água quente do oceano correndo para o norte já expulsou o bacalhau para a Terra Nova; a temperatura anual já subiu cinco graus e meio na Islândia e na Groenlândia os invernos são mais quentes e é evidente o derretimento do gelo ártico, enquanto se fazem sentir o aumento das nevascas na zona temperada, desmentindo a paranóia política que prega estar havendo um aquecimento global.
As medições das marés e do nível do mar, feitas no mundo inteiro pelo Serviço Costeiro e Geodésico dos Estados Unidos e por outras organizações, mostram que o nível do mar se elevou no século passado e que essa elevação continua. Isso significa que uma quantidade cada vez maior de água quente está passando pela abertura entre a Noruega e a Groenlândia, sob a capa do gelo ártico.
Os cientistas calcularam que o gelo ártico já é 40% menos espesso do que há 15 anos. Se o oceano continuara esquentar na proporção atual, Ewing e Donn acham que em menos de 100 anos haverá água livre no Ártico. O início de uma idade glacial pode ser assistido: Operadores de televisão estão percorrendo o Extremo Norte para captar cenas da desintegração da capa de gelo.
De acordo com a teoria, até a fusão total da capa de gelo ártico haveria elevação do nível do mar, que iniciaria a diminuir em seguida com as nevascas. “Em vez de aumentarem o volume do mar, as geleiras começarão a extrair-lhe água. Em seguida, por muito tempo, a nova umidade ártica, que irá cair como neve nas geleiras, e aumentará a chuva e a neve cada vez mais ao sul, engrossando os rios e dando água aos desertos do hemisfério norte. Ventos gelados soprarão das geleiras em marcha e as grandes nevadas cairão cada vez mais para o sul. Finalmente, em alguns milhares de anos, uma camada de gelo de três quilômetros de espessura poderá cobrir grande parte da América do Norte, da Europa e Ásia, e o melhor dos climas poderá ser o do Saara”. Se o homem não descobrir um meio de manobrar o termostato glacial, esses ciclos glaciais continuarão até os pólos novamente mudarem de posição.
Portanto, falar em aquecimento num mundo que caminha para uma era glacial, somente demonstra má-fé de espertos para enganar e dominar o povo ignorante.

Gelio Fregapani

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