Foram terroristas nos anos 60 e 70. Recorreram à luta armada e envolveram-se em atentados, assaltos e assassinatos na tentativa de derrubar o governo militar. Beneficiados pela Lei da Anistia de 79, se reintegraram na vida política. Foram transformados de criminosos em heróis e hoje estão nas altas esferas, onde militam pelas mesmas idéias na esperança de colocar o país sob um regime idêntico àquele que malogrou no Leste da Europa.
Veja quem são e onde estão.
O OBJETIVO DA LUTA ARMADA
Sabe qual era o objetivo dos que combateram o regime militar?
Quem responde é Daniel Aarão Reis, um ex-terrorista do MR-8, atualmente professor de História Contemporânea na Universidade Federal Fluminense:
“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitigadas. Nem para um lado nem para o outro. Não compartilho a lenda de que, no fim dos anos 1960 e no início de 1970, (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial, Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentam como instrumento da resistência democrática”.
“As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no País, por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra.”
JOSÉ DIRCEU
Nome completo: José Dirceu de Oliveira e Silva
Terrorista dos anos 60/70. Na clandestinidade era conhecido pelo codinome de Daniel.
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) quando universitário e acompanhou Carlos Marighella, líder do PCB, na “Corrente Revolucionária” criada para promover a luta armada. Em 1968, liderou o conflito entre estudantes na rua Maria Antônia, em São Paulo, o qual culminou com a morte de um estudante, dezenas de feridos e carros incendiados e depredados. Suas estrepolias tiveram fim com sua prisão em 1968. Em setembro de 1969, foi banido para o México com outros 14 militantes comunistas em troca do embaixador norte-americano seqüestrado no Rio de Janeiro.
Do México, “Daniel” foi para Cuba, onde durante 18 meses participou de um curso de guerrilhas.
De volta ao Brasil, com o rosto mudado por uma operação plástica, radicou-se em Cruzeiro do Oeste, Paraná, com o falso nome de “Carlos Henrique Gouveia de Mello”. Ali viveu até o fim do regime militar, sem se expor publicamente como militante comunista e sem revelar seu passado de terrorista nem mesmo para a mulher com quem se casara.
Com a anistia, José Dirceu reapareceu e se integrou na vida política dentro do PT. Com a eleição de Lula, foi colocado à frente da Casa Civil onde assumiu o comando do governo enquanto o presidente fazia praticamente o papel de “inocente útil”. Sua atuação na Casa Civil, que lhe garantiu o título de “chefe de quadrilha”, dado por um juiz devido à corrupção nos casos Waldomiro Diniz e “Mensalão”, terminou com sua demissão. De volta ao Congresso, foi cassado por falta de decoro parlamentar.
Atualmente, para consumo externo, aparece como advogado e assessor de empresas. Na política, é um dos dirigentes do PT. Na sombra e atrás dos bastidores, mantém a liderança e atuação dos tempos da Casa Civil.
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