Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Tudo começou quando um “puxa – saco” deu uma farda para ele. Era de Marechal. Ele experimentou e... gostou, até demais.
De repente, cercado por chefes militares obsequiosos, perfilados e cordatos, apesar de saber que o “hábito não faz o monge”, convenceu-se que era um marechal, que mandava como um marechal, que pensava como um marechal, e que a vistosa farda substituía, os inócuos anos perdidos na caserna, as madrugadas acadêmicas, a luz bruxuleante das “gagazeiras”, as horas de estudo, o delicioso “catanho”, a gostosa groselha e a pegajosa mariola, os serviços, as transferências, as patrulhas, as maneabilidades, as “ralações”, as jornadas no mato/campo, os cursos, as manobras na carta, no terreno, etc, e glorificou a máxima de “quem faz carreira no mato é veado”.
A subjugação satisfaz o imenso ego do espaçoso Marechal dos marechais, e o escorregadio “nossa excrescência”.
Aos poucos, descortinam-se as verdadeiras intenções da estratégia (END), visualizada pelos escaldados pessimistas como uma engabelação que escondia algo famigerado, como a referida PEC.
A aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei Complementar que reestrutura o Ministério da Defesa, reorganiza o preparo, o emprego e uso das Forças Armadas, unifica as operações da Marinha, da Aeronáutica e do Exército, pelo acachapante escore de 328 votos a 5, sublinha que os nossos representantes, como de praxe, não se preocupam em preservar a dignidade das Instituições Militares, imergiram-nas na podridão que viceja no cenário nacional, e martelaram o último prego no caixão onde estrebuchava um resto da dignidade nacional.
Breve, estará na pauta da mesma canalha, a aprovação do 3º PNDH. Haverá uma pantomima, debates acalorados, réplicas e tréplicas, cortes ou maquiagens em alguns pontos, mas ao final, ó incrédulos, a peça será aprovada.
A PEC centralizou nas mãos do ministro da Defesa a escolha dos comandantes das três forças, a promoção dos Oficiais-Generais e as compras das Forças Armadas.
"É uma lei que propõe dar musculatura ao Ministério da Defesa", resume o Deputado José Genoino (PT-SP), relator do Projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. “Deve ser da musculatura da cintura do ministro, que agora pode atravancar com mais força”, dizem os céticos. De acordo com “a boa nova”, as Forças Armadas estarão sujeitas aos humores e interesses da política. Leia–se dos políticos.
A PEC, definitivamente, inocula uma vertente política no apolítico Estamento Militar. A designação dos futuros Comandantes, por indicação do Ministro da Defesa, uma felpuda raposa, poderá tornar-se uma “indicação política”. Nós conhecemos como o atual governo mobília com os “seus”, os cargos e as funções.
Como uma gigantesca lula, o desgoverno máximo estendeu os tentáculos do Estado por todos os setores da vida nacional. Agora, sacramentam, ou cooptam pela via legalizada, o Estamento Militar. Nessa insânia, cumpre estatizar, dominar, submeter, quanto mais, melhor.
Por isso, os postos e cargos de alto nível nas Forças Armadas poderão fazer parte das barganhas e negociações que já conhecemos. A indicação política terá um peso enorme na nomeação. “Este serve, este não, este concorda, este não, este é a favor...”
A criação da Secretaria de Compras, encarregada do "grosso do orçamento para a compra de material bélico, alimentação, fardamento" insere uma vislumbrada vertente de corrupção nas tratativas comerciais, pois seu controle e necessidades fogem da gerência ilibada do Estamento Militar e passam a fazer parte do universo de possibilidades que poderão regar o “Caixa Dois” dos recursos de campanha e, sendo um recurso escamoteado ao grande público (é provável que seja sigiloso), com facilidade sempre poderá sobrar algum para os patifes de plantão (e como tem sobrado).
É o viés político adentrando na caserna... pela porta da frente.
Fonte: http://www.alertatotal.net/2010/03/submissao-consentida.html
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